Porto de Aveiro quer recuperar todo o edificado do Forte da Barra
O Forte da Barra, a primeira fortificação portuguesa a ser concessionada ao abrigo do programa Revive, vai alojar uma unidade hoteleira.
A Administração do Porto de Aveiro (APA) quer recuperar todo o edificado do Forte da Barra e vai avançar com o restauro de dois edifícios para criar “um espaço de memória”, revelou nesta quinta-feira a presidente, Fátima Alves.
A responsável falava na assinatura do contrato de concessão do Forte da Barra, a primeira fortificação portuguesa a ser concessionada ao abrigo do programa Revive, que vai alojar uma unidade hoteleira.
Na cerimónia, a que assistiram as secretárias de Estado do Turismo e adjunta do Património Cultural, respectivamente Teresa Monteiro e Ângela Ferreira, a presidente do conselho de administração do Porto de Aveiro revelou que aquela entidade pretende reabilitar todo o espaço envolvente, e não apenas o Forte.
Para o efeito, disse, a APA vai apresentar uma candidatura, em parceria com a Câmara de Ílhavo e com a Universidade de Aveiro, para a requalificação de mais dois edifícios, outrora armazéns e oficinas da antiga Junta Autónoma, localizados frente à antiga fortificação joanina.
“Pretende-se criar uma estrutura que possa servir como um espaço depositário da História e da memória do Porto de Aveiro e da História da evolução morfológica recente da região do litoral aveirense”, precisou.
Fernando Caçoilo, presidente da Câmara de Ílhavo, congratulou-se com a concessão, dizendo que a recuperação do edificado no Forte da Barra corresponde “à concretização de um sonho, há muito aguardada”.
Álvaro de Melo, em nome dos investidores, garantiu que a reconstrução e exploração do Forte para fins turísticos vai respeitar os valores patrimoniais e ambientais em presença, correspondendo a aposta nas potencialidades do local, sobranceiro à Ria, a um “namoro de nove anos”.
A concessão para exploração com fins turísticos terá a duração de 50 anos.
O Forte da Barra de Aveiro, também conhecido como Forte Pombalino, Forte Novo ou Castelo da Gafanha, fez parte do conjunto de fortalezas joaninas edificadas entre 1642 e 1648, cuja disposição visava reforçar as fronteiras do reino.
Em meados do século XIX, a fortaleza perdeu importância defensiva e as funções militares, passando provisoriamente a servir de cadeia.
Na primitiva construção castrense foi implantada uma pequena torre de sinalização, ainda existente, para orientação das embarcações, desactivada com a construção do Farol da Barra.