Declaração de paz
Uma inconsequência que nem por nunca se tornar realmente antipática merece perdão.
Foi pelo drama, não desprovido duma dureza autobiográfica, que no princípio da década muito se louvou Valérie Donzelli a propósito de Declaração de Guerra. Dez anos depois, “dureza” é coisa que parece ter desaparecido do seu cinema. Notre Dame de Paris é uma comédia tão levezinha, que parece existir sempre em estado gasoso — como, de certa forma, é “gasoso” e “imaterial” o seu acontecimento central: o passe de mágica (e efeitos especiais) que leva a maquette concebida pela protagonista (uma arquitecta semi-falhada e algo frustrada) à atenção dos promotores de um concurso para a remodelação de uma área da catedral de Notre Dame em Paris (e nas voltas do acaso, este será certamente um dos últimos filmes a registar imagens da catedral antes do incêndio do ano passado).
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.