Covid-19 em Portugal: o dia com mais novos casos e o número mais elevado de internados
Portugal registou 21 mortes e 3669 casos de covid-19 na sexta-feira. O número de internamentos atingiu os picos de Abril e existem agora 1455 pessoas internadas. Quase 2 mil pessoas recuperaram nas últimas 24 horas. Região Norte com 60% dos novos casos.
Portugal teve, esta sexta-feira, o pior dia de sempre em termos de novos casos de covid-19, algo que já tinha acontecido na quarta-feira, quando o país ultrapassou, pela primeira vez, a fasquia dos 3 mil casos diários. Ainda assim, os números divulgados este sábado, referentes a sexta-feira, agravaram-se em relação aos dos dois dias anteriores, pelo menos no que diz respeito às novas infecções e ao número de pessoas internadas.
Na sexta-feira, foram confirmados 3669 novos casos, num total de 116.109 desde o início da pandemia. Quase todos os valores mais altos de casos diários foram registados este mês que, não estando ainda no fim, contabiliza já mais infecções do que, por exemplo, o mês de Abril. A 14 de Outubro, Portugal ultrapassou os 2000 casos diários, mas Marta Temido já deixava o aviso, em conferência de imprensa, que o número 3000 podia chegar já na semana seguinte – o que acabou mesmo por acontecer.
Tal como já tinha acontecido no dia anterior, o número de internamentos devido à covid-19 registou um novo máximo em Portugal: estão internadas 1455 pessoas, mais 37 do que na sexta-feira, 221 dos quais em unidades de cuidados intensivos (mais 23).
Segundo revela a última actualização da Direcção-Geral da Saúde (DGS), ao contrário dos últimos dois indicadores, o número de mortes não foi tão elevado quando comparado com o desta quinta-feira, quando morreram 31 pessoas, o número mais alto desde Abril. O boletim divulgado este sábado dá conta de 21 mortes, o que perfaz um total de 2297 desde o início da pandemia.
O boletim deste sábado dá conta de uma subida no número de casos activos, indicador que tem estado em crescimento desde meados de Agosto e que teve a primeira descida na passada terça-feira, com menos 71 casos activos. No entanto, logo no dia seguinte, este indicador voltou a subir e atingiu este sábado o valor mais elevado de sempre — há, assim, mais 1686 casos activos, num total de 45.970.
Por outro lado, o número de casos recuperados também é significativo: existem mais 1962 casos recuperados desde esta sexta-feira, num total de 67.842. Pelo menos 57.024 pessoas estão ainda a ser acompanhadas pelas autoridades de saúde, menos 431 desde o dia anterior.
Norte com 60% dos novos casos
Grande parte dos novos casos (2212 ou 60,2%) foi registada na região Norte e cerca de 27% em Lisboa e Vale do Tejo (1027 novos casos). O aumento de infecções na região Norte nas últimas semanas já levou o Governo a tomar medidas, aprovando uma resolução que entrou em vigor na quinta-feira e que impõe o dever de permanência no domicílio a três concelhos do país onde a pandemia mais cresce: Felgueiras, Lousada e Paços de Ferreira.
Olhando para a distribuição dos casos por região, Lisboa e Vale do Tejo continua a ser a que tem o maior número acumulado de casos no país. Ao todo, são 52.340 os registos de infecção e 919 mortes por covid-19 (seis desde sexta-feira).
O Norte tem 48.603 casos e 1012 mortes — é a região com o maior número de vítimas mortais, 11 das quais ocorridas nas últimas 24 horas. Já o Centro tem 9661 infecções (mais 273) e 291 mortes (mais uma). O Alentejo totaliza 2368 casos (96 novos) e 35 mortes (mais duas). No Algarve há 2747 casos de infecção (mais 54) e 25 óbitos (mais um). A Madeira registou 372 casos de infecção (três novos) e zero mortes desde o início da pandemia. Já os Açores registam 338 casos (mais quatro) e 15 mortes desde o início da pandemia.
Os dados do relatório da DGS indicam que, do total de mortes registadas, 1129 são mulheres e 1168 homens — e no que toca às infecções, 52.857 são homens e 63.252 mulheres. As 21 mortes registadas na sexta-feira são referentes a 13 pessoas acima dos 80 anos, uma entre os 70 e os 79 anos, a quatro pessoas entre os 60 e os 69 anos e a três entre os 50 e os 59 anos. A doença causada pelo novo coronavírus é mais mortal na faixa etária acima dos 70 anos: a covid-9 matou 1989 pessoas com estas idades, o que representa 86,5% de todas as mortes registadas em todas as faixas etárias.