Proibida a circulação entre concelhos de 30 de Outubro a 3 de Novembro. Felgueiras, Lousada e Paços de Ferreira em confinamento durante uma semana

Com o aumento de casos de coronavírus em Portugal, há novas medidas decididas em Conselho de Ministros.

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Aumento de casos de coronavirus em Portugal traz novas medidas Nuno Fox/Lusa

O Governo aprovou nesta quinta-feira uma resolução que determina a proibição de circulação em diferentes concelhos do território continental no primeiro fim-de-semana de Novembro, das 0h de 30 de Outubro até às 23h59 de dia 3 de Novembro, “o fim-de-semana correspondente ao dia de finados”, disse a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva. Simbolicamente, o Governo declarou também luto nacional no próximo dia 2 de Novembro, em honra das vítimas de covid-19.

Além da medida com carácter nacional, foi também aprovada esta quinta-feira uma resolução que impõe o dever de permanência no domicílio a três concelhos do país, onde a pandemia regista um maior número de casos: Felgueiras, Lousada e Paços de Ferreira. A ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, garantiu que não se trata de uma cerca sanitária, uma vez que determinadas deslocações, como sair para trabalhar, para ir para a escola ou para consultas, evitando as deslocações não essenciais. A medida entra em vigor a partir das 00h desta sexta-feira e prolongar-se-á, pelo menos, até dia 29 de Outubro, data em que será reavaliada.

A ministra Mariana Vieira da Silva lembrou, em conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministros, que estas são as mesmas orientações dadas anteriormente às 19 freguesias de Lisboa que durante algumas semanas não registaram uma diminuição do número de casos de covid-19, obrigando assim a medidas mais apertadas.

Sobre a proibição de circulação, a governante justifica que se pretende evitar os ajuntamentos em locais como cemitérios, onde “a dor do luto” e as “emoções fortes” dificultam o distanciamento entre familiares que assinalam o Dia de Todos os Santos (que tradicionalmente atraí centenas de portugueses aos cemitérios). 

Felgueiras, Lousada e Paços de Ferreira com aumento de novos casos

Desde o início de Outubro, estes três concelhos já registaram, em conjunto, cerca 2 mil casos, um número muito superior às infecções contabilizadas entre os meses de Março e Setembro (1341), segundo os números a que o PÚBLICO teve acesso. Esta segunda-feira, quando a Direcção-Geral da Saúde fez a actualização semanal do número de casos por concelho, tanto Lousada (259 novos casos) como Paços de Ferreira (565) figuraram na lista dos dez municípios com as maiores subidas semanais.

E olhando apenas para Felgueiras, percebemos que o aumento de novos casos começou no fim de Agosto. Nessa altura, existiam pouco mais de 440 casos confirmados — agora, menos de dois meses depois, o concelho tem 788 casos de infecção, o que significa que este indicador aumentou 78% entre o fim de Agosto e esta segunda-feira.

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“São concelhos que têm sofrido uma elevada pressão de novos casos”, justificou Mariana Vieira da Silva.

Vacinas da gripe e taxas moderadoras

Do encontro do Conselho de Ministros saíram também informações em relação ao fim das taxas moderadoras no Serviço Nacional de Saúde a partir de Janeiro, relativamente aos exames complementares de diagnóstico e terapêutica prescritos no âmbito da rede de prestação de cuidados de saúde primários e realizados fora do SNS.

A decisão estava prevista no Orçamento do Estado de 2020 e, de acordo com Marta Temido, terá um custo estimado de 96 milhões de euros só no próximo ano (que deixam de ser cobrados aos utentes).

A ministra da Saúde foi ainda confrontada com as queixas sobre a falta de vacinas contra a gripe nas farmácias, a ministra da Saúde afirma que o SNS comprou mais 34% de doses de vacinas, ou seja: aproximadamente mais 2 milhões de vacinas. A estas somam-se mais 500 mil doses no sector privado (pelas farmácias comunitárias, farmácias de oficina e farmácias de rua), acrescentou.

O Governo autorizou ainda Direcção-Geral da Saúde a realizar a despesa em 2020 e 2021 referente à aquisição do medicamento Veklury com a denominação comum internacional “remdesivir”, autorizado na União Europeia, indicado para o tratamento da covid-19 em doentes adultos e adolescentes com pneumonia que necessitem de oxigénio suplementar. De acordo com Marta Temido, serão adquiridos ​“mais de 100 mil frascos”. Uma vez que cada unidade custa 345 euros, o custo desta compra rondará os 35 milhões de euros.

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