A pop global está toda nos Gorillaz
Song Machine não alcança níveis de brilhantismo. Mas é um espantoso compêndio das mais variadas formas que a música pop assume hoje.
Há dois anos, quando nestas páginas nos debruçámos sobre The Now Now, recordávamos o quanto esse álbum parecia responder às críticas que se tinham abatido sobre o anterior Humanz (2017). Ou seja, se Humanz tinha sido recebido com uma dose de pancadaria verbal capaz de lhe colar uma imagem de álbum maltratado e cheio de hematomas, sobretudo devido à salganhada de músicos que Damon Albarn convocava para a sua rebaldaria criativa, havia em The Now Now uma óbvia leitura de disco a solo do homem dos Blur, assumindo os Gorillaz como uma máscara que lhe permitia fazer a música que lhe apetecesse em cada momento, sem ter de se comprometer em excesso. Ninguém ignora que a soma da música de Albarn aos desenhos de Jamie Hewlett faz os Gorillaz, mas essa verdade foi-se tornando cada vez mais óbvia à medida que os parceiros iniciais (Miho Hatori, Del the Funky Homosapien e Dan the Automator) foram tombando pelo caminho.
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