Trump tem conta em banco na China, país onde pagou impostos durante anos

Investigação do The New York Times mostra um historial de anos de tentativas de investimentos das empresas de Trump na China, um país no centro da campanha eleitoral nos EUA.

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Donald Trump na China, no fim da sua visita oficial em 2017 JONATHAN ERNST/Reuters

O Presidente dos EUA, Donald Trump, mantém uma conta bancária na China, onde pagou mais de 188 mil dólares (158 mil euros) em impostos entre 2013 e 2015, revela uma investigação do The New York Times.

Uma análise às declarações de impostos de Trump, acedidas pelo diário norte-americano, mostra a existência de uma conta num banco chinês não identificado gerida pela Trump International Hotels Management. Como não estava em seu nome, a conta não aparece nas declarações públicas de bens que o Presidente deve apresentar.

Durante vários anos, Trump tentou fazer negócios na China, tendo investido pelo menos 192 mil dólares (161 mil euros) em cinco empresas criadas para gerir os seus projectos no país. As empresas deduziram 97.400 dólares (82 mil euros) em despesas empresariais, com movimentações registadas até 2018, diz o jornal.

Uma investigação anterior do NYT às declarações fiscais de Trump tinha mostrado que o Presidente tinha pago apenas 750 dólares (632 euros) de impostos nos EUA entre 2016 e 2017.

As ligações empresariais de Trump à China surgem num contexto em que as relações entre os EUA e o país asiático aparecem como um dos principais temas da campanha presidencial. O candidato republicano tem acusado o seu adversário, Joe Biden, de ter uma postura “fraca” face a Pequim e teceu acusações contra familiares do democrata.

Vários apoiantes da campanha de Trump têm acusado o filho do candidato democrata, Hunter Biden, de ter “saído da China” com 1,5 mil milhões de dólares (1,3 mil milhões de euros) depois de uma viagem do pai, então vice-Presidente, à China em 2013 – algo que nunca foi provado.

O advogado da Trump Organization, Alan Garten, disse ao NYT que a empresa “abriu a conta num banco chinês, tendo os seus escritórios nos Estados Unidos para pagar os impostos locais”. “Nenhuns negócios, transacções, ou outras actividades alguma vez se materializaram e, desde 2015, o escritório tem estado inactivo”, acrescentou o advogado.

Entre os projectos de investimento de Trump na China esteve a tentativa, em 2008, de construir uma torre de escritórios em Cantão, mas que não foi bem-sucedida. Em 2012, o magnata conseguiu colocar o primeiro pé em território chinês, com a abertura de um escritório em Xangai.

Um dos parceiros que Trump encontrou para os seus projectos foi a distribuidora de electricidade State Grid Corporation, uma das maiores empresas públicas chinesas. A parceria acabou por se desmoronar nos primeiros meses da campanha eleitoral de 2016, quando a State Grid começou a ser investigada por corrupção.

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