Como fugir à dívida: para a frente ou para trás?

Os efeitos da covid-19 terão sido suficientes para deitar por terra todo o esforço de consolidação orçamental português desde pelo menos 2014, senão mesmo desde 2010. Foi em vão esse esforço?

A proposta de OE2021 do Governo tem muitas virtudes. Face ao desconhecido, o Governo deixa os estabilizadores automáticos da receita funcionar, na expectativa que a economia recupere completamente da pandemia, em termos nominais. O que significa que o Governo permite-se (e ao país) a flexibilidade de deixar o défice público aumentar pelo lado da receita (descida), caso a recuperação pós-covid-19 não seja tão robusta quanto desejado, ou se os efeitos da crise de saúde pública na economia se agravarem.

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