Seminário do Bom Pastor vai acolher hospital de campanha no distrito do Porto
Centro de retaguarda, em equipamento da Diocese do Porto em Ermesinde, deve estar pronto ainda esta semana. Espaço vai ter 50 camas numa primeira fase e pode aumentar capacidade até 80
O Seminário do Bom Pastor, no distrito do Porto, vai acolher um Centro Distrital de Retaguarda para doentes com covid-19. O espaço terá capacidade para 50 camas, número que poderá aumentar para 80, revelou esta segunda-feira o secretário de Estado Eduardo Pinheiro.
Em declarações à agência Lusa, o governante, que é também responsável pela coordenação da situação de calamidade na região Norte do país, apontou que “o objectivo deste centro é dar resposta à pressão actual que se faz sentir nos hospitais”.
“Os números preocupam-nos no distrito e na região [Norte] como em todo o país. É determinante estar preparado e criar diferentes respostas. Esta opção [criação de um centro de retaguarda] será alargada a todos os distritos da região”, disse Eduardo Pinheiro que falava após uma reunião, no Porto, na Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N).
Em causa está a montagem de um espaço para doentes com teste positivo ao SAR-CoV-2 no Seminário do Bom Pastor, equipamento da Diocese do Porto que se localiza em Ermesinde. O espaço servirá para receber doentes em condições de continuar a recuperação fora dos hospitais, mas que não tenham retaguarda ou condições em casa ou nas instituições onde vivem.
“Isto não é diferente do que se fez na primeira vaga [da doença]. Só que agora, a opção não passa por pavilhões até por questões de conforto térmico face ao inverno”, explicou Eduardo Pinheiro.
A montagem do centro deverá iniciar-se na terça-feira para estar pronto e a receber doentes até ao final da semana, adiantou à Lusa o presidente da Comissão Distrital de Protecção Civil do Porto, Marco Martins.
O também presidente da Câmara de Gondomar acrescentou que “caberá à ARS-N sinalizar junto dos hospitais quais doentes podem ser transferidos para o seminário, isto para libertar camas nas unidades hospitalares”.
“E a Protecção Civil do Porto está a agilizar a montagem, juntamente com as autoridades de saúde e com a Segurança Social. Considera-se, neste momento, muito importante avançar para medidas que aliviem os hospitais”, frisou Marco Martins.
Quanto aos recursos humanos, essa matéria está a ser tratada pela Segurança Social. “Admitimos que existe dificuldade a esse nível [recursos humanos], uma dificuldade nacional, mas têm de existir e vão existir meios. Tudo será agora contratualizado”, referiu, por fim, Eduardo Pinheiro.
Na reunião desta manhã na ARS-N, que juntou a Comissão Distrital de Protecção Civil do Porto, autoridades de saúde, sociais e representantes do Governo, também foi anunciado que os hospitais de São João e de Santo António, ambos do Porto, vão beneficiar de 40 vagas em instituições para colocar doentes que tenham “alta social”, mas não tenham saído do hospital por falta de retaguarda.