BE propõe criação de conselho científico permanente e independente
A coordenadora do Bloco de Esquerda sugere um organismo independente que funcione de forma permanente, para prestar aconselhamento científico continuado.
A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, propôs este domingo a criação de um conselho científico para responder à pandemia, que funcione de forma permanente e independente, considerando incompreensível que Portugal seja dos poucos países desenvolvidos sem este mecanismo.
Catarina Martins reuniu-se este domingo, em Lisboa, com profissionais de saúde e especialistas, para debater o agravamento da pandemia e as opções do Orçamento do Estado para 2021 para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), tendo no final, aos jornalistas, apresentado uma proposta do BE que “é unânime nos especialistas” e que é urgente implementar.
“Portugal é um dos poucos países desenvolvidos que não tem neste momento nenhum mecanismo de aconselhamento científico continuado e independente que possa sinalizar escolhas políticas de resposta à pandemia”, apontou.
A coordenadora do BE referiu que “o Conselho Nacional de Saúde Pública não reúne desde Março” e “o Conselho Nacional de Saúde reúne quando o Governo pede para ser convocado”, não tendo sido criada “nenhuma comissão científica de acompanhamento da pandemia”.
“Portugal precisa de ter, como há noutros países, uma dimensão de aconselhamento científico e técnico, permanente e contínuo, do Governo que estude o que se está a passar e que permita uma resposta integrada”, propôs.
Na perspectiva de Catarina Martins, não é possível atravessar a “situação de enorme delicadeza na saúde pública e em tantos hospitais centrais na resposta à covid-19” e continuar apenas com “medidas isoladas que estão a ser anunciadas sem esse devido estudo e acompanhamento”.
“Naturalmente, a política não é feita por conselhos técnicos, mas seguramente que o estudo e a informação que esse acompanhamento pode trazer é essencial e é incompreensível, como digo, que Portugal seja um dos únicos países desenvolvidos que não tem essa capacidade de ter um acompanhamento técnico, consistente, contínuo e independente no terreno para pensar os vários passos de resposta à pandemia e o que fazer nas diversas situações”, justificou.