Agora, na hora da morte da imprensa
Embora apresentada como uma comédia negra, e tendo os seus momentos — poucos — quase cómicos, é mais fácil encontrar no âmago de Última Hora uma tragédia nostálgica e pessimista do que uma razão para rir.
Agora, na hora da morte da imprensa, Santos Ferreira bebe. É cedo. Muito cedo. O veterano director, porém, bebe. Por necessidade do vício, que precisa manter um certo nível, mas também por saber que, não tardará muito, porta passada e na redacção estará Ramires Sá Saraiva, escanhoado e bem-disposto, pronto a apresentar a reestruturação necessária para instalar o novo paradigma que salvará o negócio do centenário, decadente e moribundo Última Hora.
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