Houve menos nascimentos nos primeiros nove meses do ano

Dados do “teste do pezinho” revelam uma quebra de 775 nascimentos entre Janeiro e Setembro face a igual período do ano passado.

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Andreia Gomes Carvalho

O número de bebés nascidos em Portugal nos primeiros nove meses deste ano baixou 1,2% em relação ao mesmo período de 2019, totalizando 64.390, segundo dados do Programa Nacional de Diagnóstico Precoce, conhecido como “teste do pezinho”.

Estes dados representam uma quebra de 775 nascimentos entre Janeiro e Setembro face a igual período do ano passado, em que foram rastreados 65.165 recém-nascidos no âmbito Programa Nacional de Rastreio Neonatal, coordenado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.

Comparando com o período homólogo de 2015, ano em que foram analisados 62.990 bebés, o número mais baixo dos últimos cinco anos para igual período, verificou-se um aumento de 2,2%, o que representa mais 1.400 nascimentos.

Janeiro foi o mês que registou o maior número de “testes do pezinho” realizados (8.043), seguido de Setembro (7.712), Julho (7.625), Março (7.182), Abril (7.067), Junho (7.048), Maio (6.910), Agosto (6.904) e Fevereiro (5.899). Lisboa foi a cidade que registou o maior número de nascimentos (18.867), seguida do Porto (11.831) e de Braga (5.032). Nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira nasceram 1.547 e 1.353 bebés, respectivamente.

O ano de 2019 foi aquele que registou o valor mais alto dos últimos quatro anos, com 87.364 recém-nascidos. Em 2018, tinham sido 86.827 e no ano anterior 86.180. Em 2016 foram rastreados 87.577 bebés, número que caiu em 2015 para 85.056.

O “teste do pezinho”, que cobre quase a totalidade dos nascimentos no país, é realizado a partir do terceiro dia de vida do recém-nascido, através da recolha de gotículas de sangue no pé da criança, e permite diagnosticar algumas doenças graves que clinicamente são muito difíceis de detectar nas primeiras semanas de vida e que mais tarde podem provocar alterações neurológicas graves ou alterações hepáticas, entre outras situações.

Estes testes permitem identificar doenças, como a fenilcetonúria ou o hipotiroidismo congénito, que podem beneficiar de intervenção terapêutica precoce.