Museu, centro de formação e praça do futebol: nova sede da Liga no Porto pronta em 2023

Liga Portuguesa de Futebol Profissional vai promover a primeira licenciatura mundial em organização e futebol profissional. Investimento na nova casa no Porto é de 18 milhões de euros

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Será um “edifício icónico” do Porto que “em nada ficará atrás da Casa da Música”. Pedro Proença usou a comparação entre a futura sede da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) e o edifício projectado pelo holandês Rem Koolhaas para sublinhar a importância do projecto (“não regional, mas nacional”) que a Liga quer construir no Porto. À reunião de câmara da autarquia desta segunda-feira, o presidente da LPFP levou uma maquete da futura casa da Liga e algumas projecções do edifício desenhado pelo gabinete portuense OODA, também envolvido no projecto de reabilitação do antigo Matadouro Industrial do Porto. É um investimento de 18 milhões de euros que aqueceu o debate no hemiciclo, com PS e CDU a questionarem as opções de Rui Moreira, que irá apoiar este projecto privado com cerca de 600 mil euros e cobrará uma renda simbólica, e a reclamarem o direito de ter mais informação prévia sobre o mesmo para poder votar.

Apesar do debate se ter estendido por mais de uma hora, a votação acabaria com apenas duas abstenções (da vereadora da CDU, Ilda Figueiredo e da vereadora socialista Odete Patrício) e a discussão passa agora à Assembleia Municipal, com uma garantia prévia de Rui Moreira a Pedro Proença: a de que aí, onde não tem maioria, a mesma será aprovada. As obras no terreno agora desocupado da Rua de John Whitehead, em Ramalde, devem arrancar em Julho de 2021 e ficar concluídas em Janeiro de 2023.

O edifício irá receber um “grande museu” dedicado ao futebol profissional, terá um centro de formação, uma incubadora de empresas, uma sala multiusos e um auditório com capacidade para 400 pessoas, uma praça do futebol com capacidade para receber mais de mil pessoas em dias de jogo, uma zona high tech (onde se realizarão actividades ligadas à performance de desempenho de jovens jogadores e profissionais), zona de restauração e loja com as 34 marcas do futebol nacional representadas, revelou Pedro Proença.

A LPFP irá ainda, em parceria com a Universidade Católica e a Liga Espanhola, criar a “primeira licenciatura mundial” em organização e futebol profissional, um curso que poderá receber 100 estudantes.

A disputa entre municípios para receber a sede da Liga foi grande, disse Pedro Proença, garantindo que se a Assembleia Municipal não aprovar o contrato que a Câmara do Porto quer assinar com a Liga, o projecto não estará em causa. A garantia veio numa fase do debate em que a oposição (com excepção do PSD) pedia a Rui Moreira mais explicações. Ilda Figueiredo sublinhou que cobrar a uma estrutura como a Liga uma renda de 50 euros não é “eticamente razoável” e lamentou não ter tido mais informação prévia sobre o projecto.

Com liberdade de voto na matéria, a bancada socialista esteve mais ou menos alinhada no levantamento das dúvidas, embora apenas a vereadora Odete Patrício tenha acabado por se abster na votação. Maria João Castro revelou “algum desconforto” com as benesses dadas à Liga num contexto de crise como a actual, Odete Patrício questionou a necessidade um projecto privado necessitar de apoio público. E Rui Moreira não gostou. “Enquanto portuense tenho vergonha desta discussão”, afirmou, argumentando que o Porto perde, desta forma, oportunidades de ter grandes projectos.

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