A memória e a rebelião nos corpos da CNB
O arranque da temporada da CNB faz-se com o convite a dois coreógrafos para se estrearem a criar para estes bailarinos. Filipe Portugal e Marco da Silva Ferreira levam a palco, no Teatro Camões, duas linguagens quase opostas.
Marco da Silva Ferreira vem das danças urbanas e foi conquistando um lugar nos palcos graças a uma linguagem perfumada com uma liberdade de gestos em tudo contrária a qualquer tipo de assimilação académica; Filipe Portugal iniciou-se como bailarino na Companhia Nacional de Bailado (CNB), pela mão de Jorge Salavisa, e pôs fim há um par de meses à sua carreira de intérprete, tendo dançado muitos dos clássicos do reportório na CNB e no Ballet Zürich. Foi nas mãos destes dois criadores, com experiências e características quase nos antípodas — um trabalhando sobre pistas políticas e de rebelião, outro explorando o que pode passar das suas memórias para corpos que não domina em absoluto — que a CNB depositou o seu arranque de temporada, encomendando-lhes as duas peças que ocuparão o Teatro Camões, em Lisboa, de 15 a 18 de Outubro, e que rumarão depois ao Teatro das Figuras, em Faro, para uma apresentação única a 14 de Novembro. O programa, autoexplicativo, chama-se Primeira Vez.
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