Guerreiro vence, Almeida lidera: houve “aula de português” na Volta a Itália

Este é o dia que coloca os ciclistas portugueses num patamar diferente: Guerreiro torna-se uma certeza no pelotão, com o maior triunfo da carreira, e Almeida já não é o “miúdo” que recebeu a camisola rosa quase por acaso.

João Almeida no Giro 2020
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João Almeida no Giro 2020 LUSA/LUCA ZENNARO
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Rúben Guerreiro festeja em Itália DR
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A festa de Guerreiro no pódio DR
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Guerreiro é o novo dono da camisola azul,Guerreiro é o novo dono da camisola azul DR,DR
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Almeida segue de rosa DR

João Almeida lidera as classificações geral e da juventude. Rúben Guerreiro vence a etapa e é líder da montanha. Este domingo foi um autêntico “Dia de Portugal” na Volta a Itália, com os dois portugueses a arrebatarem, para já, três das quatro camisolas do Giro.

A etapa foi conquistada por Rúben Guerreiro (Education First), que esteve na fuga do dia e colocou Portugal a vencer uma etapa na Volta a Itália 31 anos depois de Acácio da Silva. “Finalmente, que satisfação, depois de tantos segundos lugares. A equipa e eu merecemos esta vitória. Foi muito difícil conseguir uma fuga esta manhã e é uma vitória extraordinária”, referiu o ciclista que vestirá a camisola azul na próxima etapa, fruto do sprint que pode ver no vídeo em baixo.

Mais atrás, no pelotão, “a montanha pariu um rato”, havendo uma inércia generalizada entre os favoritos ao triunfo no Giro, e João Almeida (que lidera por 30 segundos), apesar de ter mostrado dificuldades nos últimos metros, resistiu a um dia que prometia ser um teste à camisola rosa.

E este é o dia que coloca os portugueses num patamar diferente: a partir deste domingo, Guerreiro torna-se uma certeza no pelotão internacional, com o maior triunfo da carreira, e Almeida já não é o “miúdo” que recebeu a camisola rosa quase por acaso, mas sim o corredor que defendeu essa camisola numa etapa de muita montanha, cara a cara com os grandes nomes do pelotão.

Mais: neste momento, os restantes adversários verão Almeida com outros olhos, até porque é crível que o português consiga manter a liderança durante a próxima semana, tendo até um contra-relógio (a sua especialidade) no dia 17, para aumentar a vantagem.

Guerreiro na fuga do dia

Na etapa deste domingo, sempre sob muita chuva e algum frio, o cenário começou por ser relativamente tranquilo. Com os primeiros quilómetros em terreno plano, as tentativas de fuga começaram por ser neutralizadas com alguma facilidade. A equipa de João Almeida esteve sempre muito atenta aos nomes que tentavam escapar, analisando bem o perigo que cada um poderia trazer à camisola rosa do português.

Acabou por formar-se uma fuga de sete ciclistas, entre os quais Rúben Guerreiro, acompanhado por Sepúlveda, O’Connor, Warbasse, Visconti, Frankiny e Castroviejo. Este último era o nome mais perigoso para a liderança, estando a 6m49s de João Almeida na classificação geral.

E foi sempre por aqui que trabalhou a Quick-Step, nunca permitindo que a fuga abrisse mais de sete minutos de vantagem para o pelotão. A diferença começou a cair quando o pelotão assim entendeu, reduzindo para a casa dos quatro minutos antes das últimas subidas do dia.

O grupo de fugitivos acabou por ficar reduzido a cinco ciclistas e o português Rúben Guerreiro, depois dos pontos somados durante a etapa, poderia subir à liderança da classificação da montanha em caso de triunfo na meta.

E foi de olho nesse objectivo que o português acompanhou Castroviejo num ataque entre os fugitivos. Depois de passar pouco pela frente  o português mostrou algum cinismo a lidar com Castroviejo , Guerreiro usou a melhor ponta final para superar o espanhol e erguer os braços na meta. Foi um triunfo “à Rui Costa”, pela forma como o português leu a corrida e se preservou de trabalhar na frente, sabendo que venceria num duelo ao sprint.

Mais atrás, João Almeida cedeu nos últimos metros da etapa e mostrou alguma fragilidade, mas manteve a liderança por 30 segundos, beneficiando da inércia que houve no grupo – ataques feitos mais cedo na etapa poderiam ter deixado o português em dificuldades.

Na segunda-feira, os ciclistas gozam o primeiro dia de descanso no Giro.

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