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Putin apela ao fim dos confrontos em Nagorno-Karabakh

Capital do enclave arménio no Azerbaijão vive noite intensa de bombardeamentos: Quase todas as horas, com intervalos regulares, soaram sirenes de aviso em Stepanakert, mergulhada numa escuridão quase total.

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Região está sob fogo cruzado há várias dias Reuters/UMIT BEKTAS

A capital do enclave de Nagorno-Karabakh, disputado entre Arménia e Azerbaijão, foi alvo de numerosos bombardeamentos durante a madrugada desta quarta-feira, e tem estado sob fogo nos últimos dias. O Presidente russo, Vladimir Putin, apelou ao fim dos combates, numa entrevista à televisão estatal. 

Putin disse que está em contacto com o Presidente arménio Nikol Pashinyan, e que considera este conflito uma tragédia.

Quase todas as horas, com intervalos regulares, soaram sirenes de aviso em Stepanakert, mergulhada numa escuridão quase total, aos quais se seguiu uma sucessão de explosões, cuja natureza não pôde ser determinada com precisão.

Esta terá sido a noite mais intensa de bombardeamentos desde o fim-de-semana, quando as forças azerbaijanas atacaram a capital, uma cidade de 55 mil habitantes situada a uma altitude de quase mil metros, nas montanhas de Karabakh. 

Os bombardeamentos prosseguiram até às primeiras horas da manhã desta quarta-feira. Não foram divulgadas informações sobre o número de vítimas.

O enclave de Nagorno-Karabakh é palco desde há dez dias de confrontos entre as forças arménias e azerbaijanas, que disputam há séculos este pequeno território montanhoso.

A região, situada no Sul do Cáucaso, tem sido alvo de uma escalada no conflito latente há vários anos, entre o Azerbaijão e os separatistas apoiados pela Arménia.

Naquela zona concentram-se interesses divergentes de diversas potências, em particular da Turquia, Rússia, Irão e países Ocidentais.

Este território, de maioria arménia, integrado em 1921 no Azerbaijão pelas autoridades soviéticas, proclamou unilateralmente a independência em 1991, com o apoio da Arménia.

Na sequência da uma guerra que provocou 30 mil mortos e centenas de milhares de refugiados, foi assinado um cessar-fogo em 1994 e aceite a mediação do Grupo de Minsk, constituído no seio da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), mas as escaramuças armadas mantiveram a frequência.

Em Julho deste ano, os dois países envolveram-se em confrontos a uma escala mais reduzida, que provocaram cerca de 20 mortos.

Desde 27 de Setembro, data do início dos combates entre as forças arménias e azerbaijanas, morreram 240 soldados e dezenas de civis, e mais de 80 pessoas ficaram feridas.