BE quer “alterações qualitativas” no Orçamento

Pedro Filipe Soares avisou Governo de que o Bloco de Esquerda recusa “truques contabilísticos”.

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Pedro Filipe Soares, líder parlamentar do Bloco Nuno Ferreira Santos

Sem avanços, o BE e o Governo vão continuar a negociar nos próximos dias o Orçamento do Estado para 2021. Nesta segunda-feira, à saída do encontro com o executivo, o líder parlamentar bloquista, Pedro Filipe Soares, disse que só “uma alteração qualitativa” nas negociações permitirá avanços suficientes. 

Para já, tudo como antes. Em matéria de Novo Banco, por exemplo, o recado ficou dado. “Já dissemos ao Governo que não vamos em truques contabilísticos”. Ou seja, a garantia apenas de que o Orçamento não terá um euro para o Fundo de Resolução emprestar ao Novo Banco não chega para os bloquistas que querem que sejam os bancos a injectar directamente o capital na instituição. “Do nosso ponto de vista não há nenhuma mudança”, afirmou o líder parlamentar. 

Pedro Filipe Soares começou por lembrar que esta crise veio “demonstrar” que existe um conjunto de problemas na economia portuguesa que já vem de trás e que ficou evidente com a pandemia, como a falta de investimento nos serviços públicos e as injecções no sistema financeiro. 

O bloquista não se mostrou preocupado com os desvios do défice, lembrando que este é o tempo de avançar com medidas que dêem resposta às pessoas. A RTP avança nesta segunda-feira que o défice de 2021 será de 4%, com o de 2020 a ficar entre 7% e 7,5%.

O Governo está a apresentar esta terça-feira as linhas gerais do Orçamento do Estado aos partidos da oposição. De manhã, os encontros agendados são com o PSD, BE, PCP, CDS, PAN, Verdes. À tarde estão presentes Chega, IL e as deputadas não inscritas Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues. 

O OE 2021 vai ser votado na generalidade no dia 28 de Outubro, com a votação final global prevista para 27 de Novembro.

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