Podíamos dizer que o dia deles é todos os dias, mas não gostámos de clichês. Antes, preferimos celebrá-los. Este domingo, 4 de Outubro, celebra-se o Dia do Animal e, para marcar a data, reunimos algumas das histórias mais impressionantes — ou hilariantes — em que foram protagonistas. Desde um cão-cantor a papagaios mal-educados, eis as nossas preferidas.
Taylor, a cadela que salva coalas dos incêndios na Austrália
Os incêndios assolavam a Austrália e Taylor, uma springer spaniel inglesa, percorria as florestas queimadas à procura de coalas feridos, que precisassem de ser realojados ou resgatados. Como? Seguindo o cheiro do seu pêlo ou fezes. No final, a recompensa chegava: biscoitos ou uma bola de ténis.
A cadela salva coalas feridos desde as oito semanas de vida. “Em condições ideais, quando há pouco vento, o cheiro do animal ‘desce’ da árvore e ela consegue cheirá-los. Depois, fica sentada debaixo da árvore e aponta para eles, para nos mostrar onde estão”, explicou o treinador Ryan Tate, fundador da Tate Animal Training Enterprises, à Reuters. Impressionados?
Bob, o gato que mudou a vida de um sem-abrigo e “do mundo inteiro”
Todos choramos esta morte. Bob, o gato que mudou a vida de James Bowen, um inglês sem-abrigo que lutava contra a toxicodependência, morreu aos 14 anos em Junho e a Internet comoveu-se. A história começou em 2007, altura em que James tinha 28 anos e vivia nas ruas. Quando vendia a Big Issue (versão inglesa da revista Cais), levava-o sempre ao ombro. Os dois tornaram-se numa inspiração para filmes e livros.
A sua morte, quando já era um dos gatos mais famosos do mundo, mereceu condolências de Paul McNamee, editor do jornal The Big Issue, que afirmou que o gato “mudou a vida do mundo inteiro”. Sobre Bob, James Bowen escreveu: “Com ele ao meu lado, descobri a direcção e o propósito que me faltavam.”
Um passeio para esticar as patas: a visita privada de três pinguins a um museu no Kansas
Pode parecer uma cena de cartoon, mas aconteceu mesmo. Três pinguins visitaram o Museu de Arte Nelson-Atkins, no Kansas. A ideia foi acabar com o aborrecimento de Bubbles, Maggie e Berkley, três pinguins do Kansas City Zoo, na altura em quarentena.
Os animais percorreram os corredores de um museu vazio e elegeram um favorito: “Pareceram gostar mais de Caravaggio do que de Monet”, disse Julián Zugazagoitia, director do museu. Foi a experiência cultural mais atípica do ano, com certeza.
Afinal, o cão-cantor da Papuásia-Nova Guiné não está extinto
Pensávamos que grandes vozes se tinham perdido — mas afinal não. Cientistas redescobriram a espécie ancestral selvagem do cão-cantor-da-nova-guiné, conhecida pelas suas habilidades vocais semelhantes ao cantar da baleia-corcunda e considerada extinta há 50 anos.
Depois de ter desaparecido da Cordilheira Central da Nova Guiné há 50 anos, a espécie foi encontrada no lado indonésio da ilha. “Descobrimos que o cão-cantor-da-nova-guiné e os cães selvagens da cordilheira têm sequências de genoma muito semelhantes, muito mais próximas uma da outra do que das de outros canídeos conhecidos”, disse Heidi G. Parker, umas das cientistas envolvidas na análise do ADN. Vale a pena ouvi-los a cantar.
Este rato detecta minas no Camboja e recebeu uma medalha de bravura
Magawa surge de medalha ao pescoço e, até sabermos do que se trata, podemos achar que é uma piada. Mas este rato de sete anos recebeu uma medalha de ouro PDSA, o equivalente à Cruz de Jorge (a mais alta condecoração civil do Reino Unido) para animais. O motivo: é capaz de detectar minas.
E desde que começou a ser treinado pela associação belga Apopo, já percorreu mais de 141 mil metros quadrados no Camboja e descobriu 39 minas e 28 munições. Foi o primeiro rato a receber este prémio na história da People's Dispensary for Sick Animals (PDSA), organização britânica que o atribui e que já soma 77 anos. “[A medalha] é importante para as pessoas do Camboja e para todas as pessoas, de todo o mundo, que sofrem com minas. Esta medalha leva o problema das minas à atenção global”, referiu Cristophe Cox, director da Apopo, ao The Guardian.
Cinco papagaios “escondidos” do público num zoo britânico por dizerem palavrões
Quem visitava o Lincolshire Wildlife Park, em Inglaterra, corria o risco de ouvir um fuck off ou twat da boca (ou bico?) de cinco papagaios. Quando Billy, Eric, Tyson, Jade e Elsie foram adoptados pelo zoo britânico em Agosto, os funcionários aperceberam-se dos impropérios, mas acreditavam que quando fossem movidos para a zona de exposição os palavrões acabassem.
Enganaram-se. O riso ou a expressão de choque dos visitantes funcionava como um gatilho para os animais, que repetiam as palavras. Acabaram por ser “escondidos” do público, principalmente das crianças, e transferidos para uma colónia. “Espero que eles aprendam novas palavras em colónia. Mas se eles ensinarem palavras más aos outros, vamos acabar com 250 pássaros a falar mal. Não sei o que vamos fazer”, referiu o director do parque Steve Nichols. Nós gostávamos de ver, certo?