Marcelo espera que a pandemia sirva de lição e apela à acção climática

“A actual pandemia mostra, acima de tudo, que vivemos num só mundo, um mundo em que tudo está ligado, um mundo em que aquilo que acontece do outro lado do planeta acaba sempre por nos afectar”, disse o Presidente da República num vídeo.

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LUSA/MÁRIO CRUZ

 O Presidente da República afirmou esta segunda-feira esperar que a pandemia de covid-19 sirva de lição quanto aos efeitos globais do que acontece no meio ambiente em qualquer parte do mundo e apelou à acção climática.

Marcelo Rebelo de Sousa transmitiu esta mensagem num vídeo divulgado no site da Presidência da República, a propósito do Evento de líderes pela natureza e os povos, realizado esta segunda-feira durante a 75.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque.

“A actual pandemia mostra, acima de tudo, que vivemos num só mundo, um mundo em que tudo está ligado, um mundo em que aquilo que acontece do outro lado do planeta acaba sempre por nos afectar, muitas vezes com efeitos dramáticos, como tem sucedido agora”, declara o chefe de Estado.

Salientando que “um vírus surgido na Ásia chega ao Ocidente em poucos dias, e daí à África, à América, do Norte e do Sul, a todos os lugares do planeta”, Marcelo Rebelo de Sousa acrescenta: “Talvez, finalmente, a pandemia da covid-19 nos sirva de lição”.

“Talvez com ela aprendamos que a destruição de uma árvore num continente, que um incêndio florestal noutro, que os gazes produzidos pelo consumo de combustíveis fósseis têm efeitos para todos nós, para a humanidade inteira. Talvez com ela ganhemos consciência do que é uma catástrofe à escala global”, considera.

O Presidente da República pergunta: “Se isto se passa com um vírus, como será com o aquecimento do planeta, com a subida dos oceanos, com a desertificação galopante”?. Defende, por isso, que “é tempo de agir, com determinação e esperança”.

“Não importa o que pensam alguns senhores, importantes ou não importantes, significativos ou não significativos, que negam a evidência, que negam o que é necessário fazer em conjunto, que defendem posições egoístas, egocêntricas, de negação da realidade, de negação da importância do clima, de negação da importância da natureza, de negação da importância de actuarmos em conjunto por este planeta, que é nosso, e é um só. Temos de agir”, reforça.

Um grupo de 16 jovens ambientalistas portugueses pediu ao Presidente da República que se junte aos mais de 45 chefes de Estado e de Governo que já apoiaram o compromisso apresentado no “Evento de líderes pela natureza e os povos”, nas Nações Unidas. No vídeo de três minutos e meio divulgado na noite de segunda-feira a propósito deste evento, Marcelo Rebelo de Sousa alerta para as consequências da perda da biodiversidade e repete o lema de que “não há planeta B ou C ou D”. “É tempo de finalmente percebermos, e com urgência, que vivemos num só mundo, o nosso, este planeta azul”, insiste.