Queda e desilusão para Miguel Oliveira em MotoGP
A corrida foi ganha por Fabio Quartararo, que venceu a terceira prova na época e subiu à liderança do Mundial. Alex Rins, que subiu do 13.º par o 3.º lugar, foi o grande destaque na Catalunha.
O fim-de-semana não começou bem e acabou ainda pior. Depois de uma má qualificação e de sessões de treinos modestas, Miguel Oliveira caiu neste domingo no Grande Prémio da Catalunha de MotoGP e fez “marcha atrás” no campeonato, caindo do oitavo para o nono lugar.
A corrida foi ganha por Fabio Quartararo, que venceu a terceira prova na época e subiu à liderança do Mundial, beneficiando da queda do anterior líder, Andrea Dovizioso.
Esta corrida trouxe ainda a tremenda festa da Suzuki, que conseguiu colocar dois pilotos no pódio, com Joan Mir e Alex Rins. A última vez que tal tinha acontecido tinha sido em 2007. Nota particular para Rins, que acabou no terceiro lugar depois de ter partido da 13.ª posição da grelha de partida.
Oliveira com pneus diferentes
Antes da corrida, já perfilado na 12.ª posição da grelha de partida, Miguel Oliveira avançou a intenção de conseguir rapidamente uma boa temperatura dos pneus. E esta preocupação tinha razão de ser. Quase todo o pelotão escolheu alinhar com pneu macio na roda da frente, algo que as KTM contrariaram, escolhendo pneu médio – em tese, um composto mais difícil de lidar no início da corrida.
A partida de Oliveira não foi boa – perdeu uma posição –, mas o português conseguiu rapidamente entrar no top-10, passando Aleix Espargaró e Nakagami. Mas, tal como há duas semanas, em São Marino, o ritmo de corrida demorou a chegar aos níveis desejados para uma escalada consistente até lugares cimeiros.
Na frente, Andrea Dovizioso, líder do campeonato, e Johann Zarco, “cliente habitual” em quedas no meio do pelotão, envolveram-se num incidente e a corrida acabou para ambos.
A saída do líder do Mundial foi o tónico mental perfeito para as Yamaha de Quartararo e Morbidelli, segundo e quinto na classificação, que seguiam na cabeça da corrida com relativa tranquilidade.
Segunda metade de corrida recheada de incidentes
Depois de uma primeira parte de corrida algo “morna”, a segunda metade teve vários incidentes. À volta 12, a KTM de Pol Espargaró perdeu a aderência no pneu frontal e a corrida acabou para o então sexto classificado – boas notícias para Miguel Oliveira quer para esta corrida quer na luta directa com a KTM de fábrica conduzida pelo espanhol.
E foi também nesta fase que Morbidelli cometeu um erro semelhante ao de Espargaró. Ficou, porém, em pé, mas entregou a segunda posição a Valentino Rossi. Mas Rossi “não a quis”.
Também na curva 2 do circuito da Catalunha, perdeu a dianteira da mota e sentiu o asfalto no corpo, ficando visivelmente irritado, algo até pouco habitual no piloto italiano. Quartararo e Morbidelli voltaram, assim, a estar tranquilos na frente, mas o italiano estava a ter, a cada volta, mais dificuldades em ter um bom ritmo.
Mais atrás, a curva 2 fez mais uma vítima. Desta vez, foi Miguel Oliveira. O piloto português estava em luta com Brad Binder pelo nono lugar, mas também ele foi ao chão e fez “marcha atrás” na luta pelos lugares cimeiros do campeonato.
Na frente, como se previa pelo mau ritmo de corrida, Morbidelli foi caindo posições e perdeu o pódio para Joan Mir e Alex Rins. Imperturbável seguiu Fabio Quartararo, que chegou ao terceiro triunfo na temporada (tinha ganho em Jerez e Andaluzia, nas duas primeiras provas) e subiu à liderança de um campeonato que continua muito aberto: o francês tem oito pontos de vantagem para Mir, que segue dez pontos à frente de Viñales.
Já Miguel Oliveira, a 49 pontos do líder do campeonato, caiu do oitavo para o nono lugar, por troca com Alex Rins.
“É triste acabar uma corrida desta forma. As condições eram difíceis e esperávamos ser competitivos, mas para isso precisávamos de usar o pneu médio à frente. A temperatura estava relativamente baixa, o pneu arrefeceu e, quando fui para a esquerda, não tive como evitar a queda. É pena, porque mesmo que tivesse reduzido a velocidade teria sido pior”, analisou o português, após a corrida.
A próxima prova do Mundial será em França, a 11 de Outubro.