Os Black Sabbath fizeram da paranóia grito de (anti-)guerra. E mudaram a música para sempre
Saiu a 18 de Setembro de 1970 o álbum que ajudou o heavy metal a nascer. Atentos à Guerra do Vietname e à bomba atómica, os Black Sabbath falavam em Paranoid de um mundo em ruínas, deixado à mercê dos demónios de carne e osso que o levaram ao colapso. Soa familiar?
O dia está quase a chegar ao fim e os Black Sabbath pensam que acabaram de gravar o seu segundo disco, em tempo recorde (menos de uma semana, reza a lenda) e nem seis meses depois da edição do seu homónimo álbum de estreia. Mas o produtor Rodger Bain pede calma antes dos festejos: afinal, parece que a banda ainda precisa de mais uma música para chegar às oito pedidas pela editora Vertigo. A notícia apanha Ozzy Osbourne, Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward desprevenidos. Não há nenhuma demo, nenhum rastilho perdido entre fitas que possa ser magicamente transformado em canção de última hora. “Pá, toquem uma merda qualquer”, sugerirá Bain, depois de pousar os auscultadores na mesa de mistura e sair da cabine.
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