Bernardine Evaristo: “Posso escrever sobre o que quiser. Um escritor branco também. Somos todos humanos”

Rapariga, Mulher, Outra é uma comédia séria sobre gente desconcertada num mundo desconcertado. É sobre o que há de universal no humano. Nele, a escritora Bernardine Evaristo conta as histórias de doze mulheres negras, quebrando estereótipos e traçando um retrato duro da sociedade britânica actual. Com ele, ganhou o primeiro Booker Prize para uma escritora negra, mas teve de o dividir com Margaret Atwood, no que foi visto como gesto de um simbolismo questionável. Bernardine falou com o Ípsilon.

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Amma já tinha acreditado no protesto público, já fora “um cliché ambulante”, “jardineiras de ganga, boina à Che Guevara, lenço da Organização para a Libertação da Palestina e o crachá com os dois símbolos femininos ligados, só lhe faltava trazer escrito na testa que ia para a cama com mulheres”. Agora, com mais de 50 anos, usa ténis prateados ou dourados, sandálias bierkenstock, calças pretas, justas ou largas, aprendeu a domar as rastas, usa argolas douradas, pulseiras africanas e batom cor-de-rosa. “Eis o seu estilo pessoal, nunca muda, é a sua assinatura, é uma declaração de princípios”.

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