Pedro Pinto desiste de se candidatar à liderança da bancada do PSD
Deputado concluiu ter ficado isolado na iniciativa após contactos com os seus pares.
O deputado Pedro Pinto desistiu de se candidatar à liderança da bancada do PSD depois de concluir que há “receio” de mudanças e que ficou isolado na iniciativa. As eleições para a direcção do grupo parlamentar, marcadas para esta quinta-feira, terão, assim, uma lista única liderada por Adão Silva apoiada pelo presidente do partido.
Numa declaração escrita enviada esta segunda-feira aos deputados, o ex-vice-presidente de Pedro Passos Coelho assume que já não é candidato, dias depois de se ter disponibilizado para liderar uma candidatura à sucessão de Rui Rio, e de ter feito contactos entre os seus pares.
“Infelizmente e, após esses contactos, percebi que a vontade de mudança que sinto, e que é partilhada por muitos de vós, colide com o receio que todas as mudanças transportam e com o conforto do conhecido, vencendo assim a audácia de alguns, conduzindo à imobilização de todos”, escreveu.
“Sei que, por vezes, o nosso tempo não é o tempo da maioria. Sei que nesses momentos é necessário aguardar e caminhar lado a lado. Nesses momentos, ensinou-me a experiência, é necessário aguardar que a audácia vença a inércia e que todos possamos, em conjunto, construir as necessárias transformações para que possamos fazer mais e melhor pelos portugueses. Mas há caminhos que não se fazem sozinho. Por isso, decidi não apresentar a minha candidatura a presidente do grupo parlamentar”, lê-se no texto.
Para se apresentar uma candidatura à liderança da bancada é necessário um mínimo de 5% de subscritores (quatro parlamentares), propor uma lista de vice-presidentes (entre quatro a oito) e de secretários (um a três), podendo avançar também com os nomes dos coordenadores e vice-coordenadores das comissões parlamentares. Na passada quarta-feira, quando Pedro Pinto anunciou que seria candidato, decidiu não apresentar os deputados indicados para coordenadores e vice-coordenadores, remetendo essa indicação para depois das eleições.
“Sem prejuízo desta decisão, continuo a considerar que é determinante valorizarmos a função dos deputados do PSD e potenciar a sua representatividade, criatividade, energia e capacidade política e combater o processo de funcionalização que se tem acentuado no nosso partido”, acrescentou.
Pedro Pinto tinha justificado a sua candidatura alternativa com a necessidade de haver “mais debate interno” e com críticas à forma centralizada como as decisões são tomadas actualmente no grupo parlamentar que tem sido liderado por Rui Rio nos últimos meses. O líder do PSD comprometeu-se a deixar de acumular os dois cargos após o congresso de Fevereiro passado e depois de concluir uma reforma administrativa interna.