Doentes não urgentes regressam em força aos hospitais. “São dezenas e dezenas por dia”

A procura das urgências está a aumentar numa altura em que se aproxima a época em que estes serviços são habitualmente sujeitos a grande pressão. Em alguns hospitais tenta-se que os doentes ligeiros sejam encaminhados para consultas nos centros de de saúde, mas muitos não aceitam. Ministério vai distribuir 30 mil telemóveis e 30 mil telefones fixos pelos centros de saúde.

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Urgência do Hospital de São João, no Porto Nelson Garrido

“Erupção cutânea na região anal com um ano de evolução”, “escabiose [sarna] diagnosticada há duas semanas e que não melhorou”, “dores de pescoço há meses”, “ardência a urinar”. Estes são alguns dos casos que vão desaguando em catadupa no serviço de urgência do hospital de São João (Porto), numa altura em que a situação ainda está calma mas em que o número de atendimentos, mais de 400, se aproxima já da média diária anterior à pandemia. “É isto todos os dias. São dezenas e dezenas de doentes com queixas deste tipo e não podemos deixar de os receber”, relata Nelson Pereira, coordenador deste que é um dos maiores serviços de urgência do país, enquanto observa o monitor do computador onde a percentagem de doentes triados com pulseiras verdes, azuis e brancos (não prioritários) está a aumentar. Somando todas as regiões do país, em Agosto os  doentes não prioritários nas urgências dos hospitais representavam 45% do total, quando em 2019, em média, rondavam 42%.

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