Depois da paragem em Março, as grandes companhias de cruzeiros começam a ensaiar o regresso aos mares em tempos de pandemia. Em Agosto, a MSC foi a primeira, e, tal como outras companhias que já preparam o regresso, sob fortes medidas de segurança – logo na primeira viagem, a MSC expulsou uma família por não cumprir rigorosamente as regras.
Agora, chegou a vez da Costa Cruzeiros, que faz parte do gigante grupo de cruzeiros Carnival (neste caso, os cruzeiros com esta chancela, como de outras gigantes da indústria, como a Royal Caribbean, estarão parados até 31 de Outubro). A empresa parou “voluntariamente” a operação em Março, mas agora o Costa Deliziosa já navega, numa primeira viagem que partiu de Trieste este domingo e que é, sublinha-se em comunicado, um “cruzeiro totalmente italiano": apenas foram aceites "passageiros residentes em Itália”.
A viagem, onde o “número de passageiros a bordo foi reduzido”, é o habitual percurso de sete dias, com escalas marcadas, neste caso, apenas para portos italianos: na rota, estão Bari, Brindisi, Corigliano-Rossano, Siracusa e Catânia, e reservados para passageiros residentes em Itália.
O “protocolo de saúde e segurança” da Costa, informam, envolve “testes de cotonete covid-19 para todos os passageiros e tripulantes, triagem de temperatura, passeios para destinos com excursões protegidas, distanciamento físico" (neste último caso, assinala-se, “em parte devido à redução no número de passageiros"), “novas maneiras de desfrutar das comodidades a bordo e serviços, melhor saneamento e maiores instalações de saúde”.
Ainda este mês, outro barco da Costa entrará em acção: no dia 19 de Setembro, será a vez do Costa Diadema, que parte de Génova. Em Outubro, a “retoma gradual das operações” prossegue com mais dois navios.
“A nossa decisão de retomar, com responsabilidade, os cruzeiros italianos para passageiros italianos é particularmente significativa para nós, uma vez que acreditamos e investimos neste país há mais de 70 anos, sendo a única empresa de cruzeiros com bandeira italiana”, sublinha em comunicado o CEO do grupo, Michael Thamm. O responsável indica que os novos procedimentos de saúde e segurança são estabelecidos “em conjunto com as autoridades” e que a empresa está a “monitorizar continuamente a situação” de modo a reintroduzir mais cruzeiros, com “itinerários alargados” e de “passageiros de outros mercados europeus”.
Entre as medidas de segurança a bordo, mantendo o ambiente de “cruzeiro de férias”, contam-se maior repetição de espectáculos para audiências reduzidas, os bufetes passaram a refeições sentadas, lotações em espaços públicos limitadas, entradas escalonadas para algumas atracções (spa, piscinas, etc.), uso de máscaras “sempre que necessário”, “introdução de quiosques de termómetros clínicos de auto atendimento”.
Sobre o possível regresso da Costa a portos portugueses, o gabinete de comunicação da empresa em Portugal, nada adianta, referindo apenas que “a Costa Cruzeiros ainda está a trabalhar nos próximos itinerários”.
Em Portugal, o Governo prorrogou a interdição aos cruzeiros até 15 de Setembro.
A indústria dos cruzeiros foi das mais atingidas pela pandemia, tendo sido registados vários casos em barcos no início, tanto de passageiros como de tripulações. Em Julho, um dos primeiros cruzeiros a voltar ao mar, na Noruega, foi terminado abruptamente devido a um surto.