Covid-19. Portugal com mais quatro mortes e 406 casos de infecção. Casos activos ultrapassam os 15 mil
É o maior número de casos activos desde Maio. Encontram-se internadas 339 pessoas, das quais 40 em unidades de cuidados intensivos. Há, neste momento, 15.048 casos activos e 42.576 pessoas que já recuperaram da infecção desde o início da pandemia.
Portugal registou esta sexta-feira mais quatro mortes e 406 casos de infecção pelo novo coronavírus, o que corresponde a um aumento de 0,7%. No total, contabilizam-se 1833 óbitos e 59.457 casos confirmados desde o início da pandemia. Recuperaram da doença mais 149 pessoas relativamente ao dia anterior, contabilizando-se agora um total de 42.576 recuperados.
O número de casos activos ultrapassou nesta sexta-feira a fasquia dos 15 mil: são agora 15.048 casos activos, mais 253 do que na quinta-feira — número que resulta depois da subtracção do número de recuperados e de óbitos ao total de infecções. Este é o número de casos activos mais elevado desde 23 de Maio, dia em que se contabilizaram 21.464.
Dos 406 novos casos, 194 (48%) foram registados na região de Lisboa e Vale do Tejo e 152 (37%) na região Norte. As quatro mortes registadas nas últimas 24 horas foram todas identificadas em Lisboa e Vale do Tejo. Os dados constam do boletim epidemiológico desta sexta-feira divulgado pela Direcção-Geral da Saúde (DGS).
Encontram-se internadas 339 pessoas (mais cinco do que na quinta-feira), das quais 40 em unidades de cuidados intensivos (menos quatro do que no dia anterior).
As quatro vítimas mortais identificadas nas últimas 24 horas eram do sexo feminino, três delas com idade entre os 70 e os 79 anos e uma com mais de 80 anos — sendo esta a faixa etária mais afectada em termos de mortes.
A zona do país mais afectada pela pandemia continua a ser a região de Lisboa e Vale do Tejo, que regista 30.609 casos acumulados de infecção. Segue-se o Norte, com 21.454 casos; o Centro, com 4903 casos (mais 43 do que no dia anterior); o Algarve, com 1150 casos (mais nove); e o Alentejo com 959 casos (mais sete nas últimas 24 horas). O arquipélago dos Açores mantém-se com um total de 216 casos de infecção e a Madeira contabiliza agora 166 casos (mais um do que na quinta-feira).
O Norte é a região com o maior número de mortes por covid-19, com um total de 849 desde o início da pandemia. A região de Lisboa e Vale do Tejo registou até esta sexta-feira 677 óbitos, seguindo-se o Centro, com 253 mortes, o Alentejo, com 22 óbitos, e o Algarve, com 17 mortes por covid-19. Há quatro dias consecutivos que Lisboa e Vale do Tejo é a única região do país a registar vítimas mortais por covid-19, tendo contabilizado, desde o dia 31 de Agosto, 14 óbitos.
Há 23 surtos activos em lares
A directora-geral da Saúde, Graça Freitas, informou esta sexta-feira na conferência de imprensa de actualização da situação da pandemia de covid-19 em Portugal que há 23 surtos activos em lares, todos eles concentrados em duas regiões: seis na região Norte e 17 em Lisboa e Vale do Tejo.
As outras regiões não têm nenhum lar com surtos activos. A directora-geral da Saúde realçou que estas figuras podem mudar de um dia para o outro, uma vez que um surto deixa de ser considerado activo ao fim de 28 dias sem casos de infecção.
Percentagem de testes positivos em Agosto foi de 2,8%
Já a secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Jamila Madeira, revelou que Agosto foi o mês que apresentou a taxa de positividade de testes mais baixa: 2,8% do total de testes realizados. Jamila Madeira sublinhou a tendência de aumento de casos diários verificada nos últimos dias: “Não sendo exclusivo do nosso país, no contexto europeu merece preocupação e um reforço do apelo à importância do cumprimento de todas as medidas preventivas.”
Ainda assim, salientou que o número de doentes internados e em unidades de cuidados intensivos se mantém “estável”, bem como os surtos, que continuam “bem identificados”.
País está “mais bem preparado” para combater a pandemia
Jamila Madeira voltou a dizer que a batalha contra a pandemia vai ser “longa”, passando por várias fases. O país está “mais bem preparado e mais focado no que é preciso fazer”, nomeadamente para o “período muito desafiante e complexo” de retoma da actividade e da chegada do Outono.
“Está em curso o reforço excepcional de stocks e da reserva estratégica, o alargamento da rede nacional de prestação de cuidados em medicina intensiva, a duplicação da rede laboratorial e da capacidade de realização de testes, a contratação extraordinária de recursos humanos, a adesão ao processo europeu de vacinas covid e também, no âmbito da Organização Mundial de Saúde (OMS), ao Covax, e o maior reforço de sempre na maior disponibilização da vacina da gripe”, enumerou a secretária de Estado, acrescentando que o Ministério da Saúde conseguiu garantir esta semana a “antecipação do fornecimento” das primeiras mais de 100 mil doses, o que permite à Direcção-Geral da Saúde um “melhor planeamento” da distribuição das vacinas.
Jamila Madeira informou ainda que a aplicação StayAway Covid já foi descarregada quase 500 mil vezes, reforçando a necessidade da “adesão dos portugueses”.
Questionada sobre um novo teste rápido criado por Israel, Jamila Madeira afirmou que as autoridades estão a “acompanhar” os testes que têm surgido, mas que para já não consegue “adiantar nenhuma resposta precisa” quanto à sua possível utilização.
Orientações para as escolas visam actuação “cirúrgica” e “muito rápida"
Sobre o regresso às aulas, Graça Freitas informou que está a ser ultimado o “protocolo de resposta da saúde e dos parceiros da saúde”, como as autarquias e a Protecção Civil. A orientação geral visa uma actuação “muito focada” e “cirúrgica”, com uma “actuação muito rápida, um fluxo de comunicação muito grande entre a escola, os educadores, as autoridades de saúde e os outros membros que intervêm nestas situações para permitir encontrar os contactos próximos ou de alto risco de um caso”.
“A nossa acção será tão focada, orientada e proporcional quanto possível. Fechar o menos possível”, disse. “E fechar o menos possível e do ponto de vista físico: ou de uma sala, ou de uma ala ou zona da escola, em situações extremas uma escola. Essa decisão tem de ser tomada pela autoridade de saúde local, regional e e nacional e não implica a interrupção do ano lectivo. Implica passar de um nível de ensino presencial para outro nível de ensino.”
Graça Freitas deixou ainda um apelo para que os encarregados de educação não levem para a escola uma criança “que apresente febre, tosse ou [tenha] outros sintomas” de infecção e explicou que os encarregados de educação devem, em primeiro lugar, ligar para a linha SNS24, que fará a triagem à distância. Por aí, os pais serão informados quanto ao que devem fazer a seguir.