PCP diz que DGS está a ser mais exigente com Avante! do que com outros eventos

O PCP apela à mobilização e presença na Festa do Avante! como sinal de “resistência” e adianta que esta segunda-feira revelará o seu plano de contingência.

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PCP queixa-se das exigências mais apertadas feitas pela DGS Miguel Manso

O parecer sobre a realização da Festa do Avante! no próximo fim-de-semana ainda não era conhecido quando o PCP  reagiu às indicações dadas pela Direcção-Geral da Saúde (DGS). Em comunicado, o partido afirma que “contém em vários domínios graus de exigência maiores relativamente à Festa do que tem estabelecido para outras iniciativas”. O parecer foi divulgado pela DGS ao início da tarde. 

Numa nota enviada esta segunda-feira de manhã às redacções, os comunistas queixam-se de que as normas são mais apertadasparticularmente na capacidade e lotação de recintos e espaços fixados” do que as dadas a eventos anteriores e “contrastam seja com os espectáculos que se estão a realizar no país, seja com as feiras do livro actualmente a decorrer em Lisboa e no Porto”, exemplificam. 

“Tem-se assistido a uma acção orquestrada e articulada a vários níveis, e que envolve transformar as estruturas administrativas sanitárias, a quem cabe pronunciar-se sobre questões de saúde, em entidades que introduzam discriminações”, lê-se no documento.

De acordo com o PCP, o parecer considera que “estão preenchidas condições de segurança iguais ou superiores àquelas que se dispõem na frequência das praias, nos numerosos espectáculos e festivais que se realizam pelo país ou simplesmente nas idas a centros comerciais”.

Para o PCP, as críticas ao evento são um ataque aos direitos dos trabalhadores e por isso “a dimensão da ofensiva exige resposta”. Na mesma nota, o partido liderado por Jerónimo de Sousa apela à mobilização dos comunistas e “de todos aqueles que prezam os valores democráticos” através da presença no evento “em particular no comício de domingo, fazendo dessa presença uma afirmação de liberdade e um acto de resistência e luta em defesa dos direitos dos trabalhadores e do povo”. 

Os comunistas ― ​​que afirmam desde o primeiro momento que a realização da Festa do Avante! tem sido alvo de tentativas de limitação de direitos ― repetem segunda-feira que as críticas feitas são apenas um “pretexto para uma gigantesca operação reaccionária” que além de atacar a realização do evento comunista visam atacar o próprio o partido e recordam os ataques que já tinham sido feitos à realização do 1.º de Maio, em Lisboa. 

O PCP fala de uma “pulsão antidemocrática mal disfarçada” e em mentiras. “Tudo fazem para impedir a realização da Festa, mentem insistindo na ideia que os festivais estão proibidos e fingem não ver o que se passa, e bem, no país”.

Os comunistas apontam o dedo às “dezenas de festivais e espectáculos que se estão a realizar, ao ar livre ou em espaços fechados como o Campo Pequeno” às “praias cheias, incluindo com turistas estrangeiros” aos “centros comerciais a funcionar” e às actividades religiosas retomadas, nomeadamente a peregrinação de Agosto em Fátima com muitos milhares de participantes” como exemplos de que o país não parou e fala ainda no arranque do ano lectivo com aulas presenciais e na realização de “provas de automobilismo e motociclismo”, como é o caso do Mundial de Fórmula 1, que se realizará em Portimão entre 23 e 25 de Outubro.

PCP divulga hoje plano de contingência

O partido afirma que, “sem prejuízo do registo de recomendações que se acolherão" por parte do parecer da DGS, irá divulgar “ainda hoje" o seu plano de contingência que, garante o partido, “preenche e respeita o conjunto de normas em vigor”.

Além da providência cautelar contra a realização do evento, têm surgido outras críticas e protestos. Na quinta-feira, véspera do evento, haverá uma marcha lenta contra a Festa do Avante! pelas 18h. O protesto está a ser organizado por um grupo de moradores da freguesia da Amora, no concelho do Seixal.

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