Issam Hajali: um libanês a leste do paraíso

Em 1976, um ano depois do início da guerra do Líbano, Issam Hajali fugia de Beirute para Paris. Tocou no metro, fez a faxina dos quartiers parisienses, adoeceu; pelo meio, arranjaria dinheiro suficiente para gravar um disco que, até aqui na obscuridade, é finalmente editado — e é como a Paris de Hajali, extasiante e pesaroso.

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Só à última é que Issam Hajali soube a partir de que lugar iria conversar com o ípsilon – se de casa, se da loja de bijuteria de que é proprietário numa das ruas mais movimentadas de Beirute. Em finais de 2019, a capital libanesa irrompeu num tumulto diário, com milhares de pessoas, surpreendentemente (ou não) de todas as facções religiosas (e são mais de 20 no Líbano), em protesto nas ruas contra a grave situação económica e a corrupção generalizada da classe política, forçando mesmo a demissão do então primeiro-ministro Saad Hariri.

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