Mota-Engil vende 30% do capital a gigante chinesa

A construtora portuguesa anunciou um acordo de parceria e investimento com “um dos maiores grupos de infra-estruturas do mundo”. Negócio avalia a Mota-Engil em 750 milhões de euros.

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Adriano Miranda

A Mota-Engil anunciou esta quinta-feira ao mercado que está a negociar um acordo com uma das cinco maiores construtoras do mundo com vista à venda de uma fatia de 30% do seu capital. Embora não revele a identidade desse grupo, em causa está uma parceria com a gigante chinesa China Communications Construction Company (CCCC), a quarta maior do sector a nível mundial. As acções da empresa portuguesa dispararam em bolsa.

A Mota Engil “informa que se encontra na fase final das negociações de um acordo de parceria estratégica e investimento com um dos maiores grupos de infra-estruturas do mundo (top 5), com uma actividade significativa a nível mundial, visando que este grupo se torne um accionista relevante e um parceiro de longo prazo”, pode ler-se no comunicado, que não identifica o grupo em questão. No entanto, a imprensa económica avança esta manhã que essa empresa é a chinesa CCCC, com quem a Mota-Engil tem em curso uma parceria desde o ano passado e que já se traduziu no investimento conjunto em projectos na Colômbia, México e Nigéria. A construtora, entretanto, ao final da manhã, acabou por confirmar que “no seguimento do comunicado publicado ao início da manhã de hoje, a contraparte do acordo de parceria estratégica e investimento em fase final de negociações é a China Communications Construction Company”.

No âmbito deste negócio - que, segundo o comunicado “reflecte uma valorização que está muito acima do preço actual de mercado” e cuja conclusão “se espera que ocorra em breve” - a CCCC estabelecerá “um acordo de parceria e investimento com o grupo Mota-Engil para desenvolver em conjunto oportunidades comerciais” e “comprometer-se-á a subscrever uma participação relevante num aumento de capital social de até 100 milhões de novas acções”.

Na sequência deste aumento de capital, a Mota-Engil Participações, que detém actualmente cerca de dois terços do capital, ficará com uma “participação de cerca de 40% do capital” da empresa, ao passo que o “novo accionista atingirá uma participação ligeiramente superior a 30%”.

Segundo explica a Mota-Engil, a operação baseia-se numa “avaliação do grupo de cerca de 750 milhões de euros”, mais do dobro do seu valor de mercado tendo em conta o preço das acções em bolsa. E “irá reforçar as capacidades financeiras, técnicas e comerciais do grupo Mota-Engil, a fim de aumentar as suas actividades em todos os mercados e abrir novas oportunidades para novos desenvolvimentos”, conclui.

Numa primeira reacção a este anúncio, os investidores levaram as acções da construtora a valorizarem-se 15%, tendo entretanto a subida estabilizado nos 11%, com os títulos a valerem 1,608 euros.

Entretanto, a Mota-Engil anunciou que fechou o primeiro semestre deste ano com um prejuízo de 5,04 milhões de euros, valor que compara com 8,13 milhões de euros de euros no período homólogo. Nos primeiros seis meses do ano, o volume de negócios do grupo caiu 14% para os 1,2 mil milhões de euros, sendo o impacto da covid-19 contabilizado em 280 milhões de euros, refere. com Lusa

Notícia actualizada com mais informação, nomeadamente a confirmação da identidade do parceiro do negócio

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