Uma pessoa morreu e outra ficou ferida com gravidade num acidente que envolveu um automóvel e um tuk-tuk na zona de Santa Apolónia, em Lisboa, junto ao cruzamento entre a Avenida Mouzinho de Albuquerque e a Calçada da Cruz da Pedra.

O tuk-tuk foi abalroado por um automóvel de matrícula francesa que posteriormente se despistou contra um poste. A vítima mortal é uma idosa de 82 anos que seguia no tuk-tuk ​do genro para um posto médico, de acordo com um comunicado emitido esta segunda-feira à tarde pela Associação Nacional de Condutores de Animação Turística (ANCAT). “Infelizmente não sobreviveu ao impacto, tendo tido morte imediata”, refere a associação.

O condutor do tuk-tuk, de 60 anos, não estava a “exercer serviço de turismo” e ficou em estado grave com o impacto. A ANCAT adiantou que está em coma e será “operado de urgência a um traumatismo craniano muito grave”. Trata-se de uma “pessoa que cumpre as devidas regras sempre que faz uma viagem profissional”, sublinha o comunicado.

 Os ocupantes do veículo automóvel, na casa dos 20 anos, saíram ilesos e acompanharam a remoção das viaturas, que se deu por volta das 13 horas.

O alerta para o acidente foi dado às 10h22 ao Regimento de Sapadores Bombeiros, que mobilizou 13 homens e três viaturas do quartel da Graça para o local. O INEM transportou o condutor do tuk-tuk ​para o hospital.

No comunicado, a ANCAT lamentou que sempre que ocorre um acidente com um tuk-tuk se tenda a “generalizar de forma negativa uma actividade que se quer nobre e segura”. A associação criticou igualmente não existirem "regras e regulamentação específica” para a actividade.

A Câmara de Lisboa prometeu em 2014 um regulamento para estes veículos turísticos, mas até ao momento ainda não o apresentou. Em 2017, ainda antes das eleições autárquicas, o então vereador Manuel Salgado prometia a sua apresentação e votação para o início do mandato seguinte. Não aconteceu. Actualmente mantém-se em vigor um despacho de 2015 que apenas regula as zonas de passagem proibida e locais de estacionamento. Em 2018 chegou a haver um protesto de profissionais do sector, dinamizado pela Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos (APECATE), para exigir celeridade à câmara.

Por não haver regulamentação específica, a chegada dos tuk-tuk à cidade provocou tensões com moradores e com outros utilizadores das ruas, como os taxistas, que acusavam os condutores turísticos de concorrência desleal por fazerem serviços de táxi e não de circuito.