Família de afro-americano morto pela polícia vai processar autoridades nos EUA

A polícia local disse que o homem tinha uma faca e estava a tentar entrar numa loja de conveniência.

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LEAH MILLIS/Reuters/Arquivo

Os advogados da família de Trayford Pellerin, afro-americano morto pela polícia na sexta-feira em Lafayette, no Estado do Lousiana, querem processar as autoridades pela morte do homem, segundo a agência de notícias AP. 

A morte de Pellerin ocorreu sexta-feira à noite e foi captada em vídeo. A polícia local disse que o homem tinha uma faca e estava a tentar entrar numa loja de conveniência.

A União das Liberdade Civis Norte-Americana (ACLU, sigla em inglês) do Louisiana condenou o que descreveu como um “incidente horrível e mortal de violência policial contra uma pessoa negra”. Tanto a ACLU como o Southern Poverty Law Center rapidamente pediram uma investigação sobre o caso.

A mãe de Trayford Pellerin disse que o seu filho era inteligente, tímido e tinha procurado terapia para a ansiedade social.

Na sexta-feira à noite, a polícia de Lafayette seguiu a pé Pellerin, de 31 anos, quando este saiu de uma loja de conveniência, onde terá criado um distúrbio com uma faca, segundo nota da Polícia do Estado de Louisiana.

As armas de choque não conseguiram detê-lo e os polícias atiraram sobre Pellerin, que tentou entrar noutra loja de conveniência, ainda com a faca, de acordo com um comunicado de imprensa.

A família acredita que Pellerin pode ter tido uma crise relacionada com a sua saúde mental e que não foi ajudado pelos polícias, disse o advogado Ben Crump. “Os polícias envolvidos devem ser demitidos imediatamente por suas acções abomináveis e fatais”, disse Crump em comunicado.

A polícia de Lafayette pediu à força estadual que investigasse o incidente, procedimento padrão no estado para tiroteios com o envolvimento de polícias locais.

O incidente foi o terceiro tiroteio da polícia de Lafayette desde meados de Julho.

Protestos em Lafayette

A morte de Pellerin, que foi atingido com vários tiros, levou uma multidão de manifestantes a reunir-se no sábado em Lafayette e protestar contra o último episódio de alegada violência excessiva contra negros pela polícia nos Estados Unidos.

Agentes com equipamento antimotim dispararam bombas de fumaça na noite de sábado para dispersar a multidão, disse o polícia Derek Senegal, referindo que não foi disparado gás lacrimogéneo sobre a multidão.

Numa conferência de imprensa no final do sábado, as autoridades locais disseram que o protesto começou pacificamente, mas a violência explodiu mais tarde com fogos-de-artifício disparados contra prédios e incêndios no meio da estrada.

“A nossa intenção é apenas não permitir que as pessoas perturbem a nossa cidade e coloquem os nossos cidadãos, motoristas e vizinhanças em perigo”, disse o chefe de polícia interino Scott Morgan. Foram feitas prisões, disse Morgan, sem revelar o número exacto.

“Nós apoiamos os direitos das pessoas à Primeira Emenda”, disse o xerife da cidade de Lafayette, Mark Garber. “No entanto, quando se trata de destruição de propriedade, não vamos permitir que se destrua Lafayette”, garantiu.