António Costa avisa Ordem dos Médicos: “As ordens profissionais não existem para fiscalizar o Estado”

As ordens profissionais existem para regular o exercício da actividade dos seus profissionais, defendeu o primeiro-ministro por causa do relatório da Ordem dos Médicos sobre o lar de Reguengos onde morreram 16 utentes com covid-19

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LUSA/JOHN THYS / POOL

António Costa acusou este sábado a Ordem dos Médicos de exorbitar a suas competências ao ter elaborado um relatório sobre o surto de covid-19 num lar de Reguengos de Monsaraz, considerando que “as ordens profissionais não existem para fiscalizar o Estado”.

“Não acordámos agora por causa de um relatório de uma entidade que não tem competência legal para fazer esse estudo quando há outros relatórios. As ordens profissionais existem para regular o exercício da actividade dos seus profissionais. Ponto. Não existem para fiscalizar o Estado. São entidades a quem o Estado delegou competências para regular o exercício da profissão. Ponto final. Não têm competência para mais nada”, defendeu o primeiro-ministro, em entrevista ao Expresso.

Para o CDS, estas declarações são “um sintoma de má convivência democrática” do primeiro-ministro com os médicos, acusando-o de querer aplicar “a lei da rolha” à Ordem.

No lar de Reguengos, o surto de covid-19 provocou a morte de 16 idosos e uma funcionária.

Mais dois mortos

Segundo o boletim epidemiológico deste sábado, Portugal registou nas últimas 24 horas mais duas mortes e 241 casos de infecção, o que representa um aumento de 0,43%. No total, o país contabiliza 1794 óbitos e 55.452 infecções desde o início da pandemia.

Os dados revelam ainda que 127 novos casos (52,7%) foram registados na região de Lisboa e Vale do Tejo. Na mesma região, registaram-se as duas vítimas mortais. Recuperaram da doença mais 179 pessoas relativamente ao dia anterior, elevando o total para 40.651. À data, estão activos 13.006 casos (mais 60 do que na sexta-feira), número obtido depois de se subtrair o número de recuperados e de mortes ao total de infecções.

Estão internadas 316 pessoas (menos cinco do que na sexta-feira), das quais 42 em unidades de cuidados intensivos (mais uma do que no dia anterior). A faixa etária mais afectada em termos de mortes é a das pessoas com mais de 80 anos, sendo que 1199 vítimas mortais identificadas até ontem pertenciam a este grupo de risco (o que corresponde a 66,8% do número total de óbitos).

Segundo as últimas recomendações divulgadas pela Organização Mundial da Saúde, as crianças a partir dos 12 anos devem usar máscara nas mesmas condições que os adultos para se protegerem da infecção da covid-19, O uso de máscara é recomendado a partir desta idade, em particular quando não é possível garantir o distanciamento físico de pelo menos um metro e se a transmissão da doença se generalizou numa determinada zona. Os menores até aos cinco anos não devem ser obrigados a usar máscara. com Lusa

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