Koeman regressou “a casa” para colocar o Barça “acima de todos”
O holandês foi apresentado como técnico “blaugrana” e admitiu que serão necessárias “mudanças” para “recuperar o prestígio” do clube.
Cinco dias depois de ter sofrido, em Lisboa, uma das maiores humilhações da sua história, o Barcelona iniciou a reconstrução de uma equipa desacreditada com a apresentação de Ronald Koeman como novo treinador. O holandês, antigo técnico do Benfica, é o substituto de Quique Setién, despedido depois da noite de pesadelo (2-8) frente ao Bayern nos quartos-de-final da Liga dos Campeões, e, embora reconheça que serão necessárias mudanças para “recuperar o prestígio”, garante que regressa “a casa” para colocar o Barça “acima de todos”.
A confirmação oficial chegou ao início da manhã desta quarta-feira, com o anúncio de que Ronald Koeman e o Barcelona tinham assinado um contrato válido por dois anos. Visto como uma escolha consensual, ao contrário de Mauricio Pochettino, argentino com uma forte ligação ao Espanyol, a outra equipa de Barcelona, Koeman é um dos símbolos do “dream team” que Johan Cruyff construiu em Camp Nou, nos anos 90.
Autor do golo (um remate potente na marcação de um livre) que garantiu ao Barcelona, a 20 de Maio de 1992, a primeira Taça dos Campeões Europeus, Koeman fez parte, tal como José Mourinho, da equipa técnica de Louis van Gaal nos “blaugrana” em 1998-99, iniciando na temporada seguinte, no Vitesse, a sua carreira de técnico principal — em 2005-06 liderou o Benfica, pelo qual ganhou uma Supertaça.
Com títulos conquistados ao serviço de Ajax, PSV, AZ Alkmaar e Valência, Koeman teve ainda uma passagem meritória pela Premier League (Southampton e Everton), mas foi o trabalho nos últimos dois anos como seleccionador dos Países Baixos que fez disparar a sua cotação e convenceu o máximo dirigente do Barça, Josep Maria Bartomeu.
Muito contestado após o fracasso dos “azulgrana” nesta época — os catalães não venceram qualquer título —, o presidente do Barcelona foi o primeiro a falar na apresentação de Koeman no Auditori 1899, em Camp Nou, e definiu o holandês como um técnico com “carisma, personalidade e carácter”.
Com a habitual presença cordial e simpática, o novo treinador do Barcelona respondeu durante cerca de vinte minutos a perguntas da imprensa, começando por dizer que “é um dia para estar feliz e orgulhoso”. “Todos sabem o que é o Barça para mim. É a minha casa. Ter a oportunidade de treinar um clube como o Barça é um desafio que não é fácil, porque sempre exigem o máximo”, começou por afirmar.
Sem esconder que serão necessárias “mudanças” e “trabalhar muito para recuperar o prestígio”, Koeman acrescentou que o clube catalão continua a “ser o maior do mundo”, pelo que será preciso “trabalhar para colocar o Barcelona onde deve estar: acima de todos”.
Mesmo sem querer entrar em pormenores sobre os nomes que podem fazer parte do plantel “blaugrana” em 2020-21, Koeman avisou que só vai querer “trabalhar com quem queira dar o máximo pelo Barcelona”. E Messi? “É o melhor jogador do mundo e o melhor jogador do mundo queres ter sempre na tua equipa. Não sei se o vou ter que convencer a ficar. Tem contrato e, no caso do Messi, espero que continue aqui por muitos mais anos.”