Máscaras devem ser obrigatórias na rua, defende Fundação Portuguesa do Pulmão
Tomada de posição deve-se à expectativa de um aumento de casos de covid-19, com o desconfinamento e a época gripal a chegar.
Depois da Ordem dos Médicos, é agora a Fundação Portuguesa do Pulmão (FPP) que defende o uso obrigatório de máscara em todos os locais públicos exteriores de forma a prevenir mais contágios pelo novo coronavírus. “A única excepção deverá apenas contemplar as situações em que o distanciamento social de dois metros está indiscutivelmente assegurado”, diz a FPP em comunicado.
“Estão criadas as condições para o aumento da transmissão” do SARS-CoV-2 fruto do desconfinamento e com a época gripal a chegar, alerta a fundação, que acredita que o uso generalizado de máscaras “contribuirá para um controlo mais muito eficaz da pandemia”.
Esta é a segunda tomada de posição nesta semana pelo uso obrigatório de máscaras na rua. A Ordem dos Médicos fez um apelo idêntico na segunda-feira.
“Desde o princípio da pandemia que temos uma posição clara: toda a gente deve usar máscara. Mesmo quando a ideia generalizada era a de que não era necessário”, afirma ao PÚBLICO o presidente da FPP, José Alves. Com os especialistas divididos sobre a eficácia destes equipamentos no exterior, o pneumologista diz que “o papel da prevenção na medicina é muito importante. A única medida que podemos tomar para prevenir é usar máscara e termos cuidado”.
Para prevenir o aumento de contágios, a FPP defende também que os portugueses devem melhorar os seus comportamentos, da etiqueta respiratória ao distanciamento social. “A chave é termos consciência de que a covid-19 se mantém entre nós e que não desapareceu. Por isso, devemos cumprir as regras de etiqueta respiratória”, afirma. José Alves acredita que “a pandemia pode estar menos activa, mas existirão picos, com os casos a subir e a descer”.
A 1 de Agosto, o governo da Madeira decretou como obrigatório o uso de máscara na rua. Em países como Espanha e França aumentaram, nas últimas semanas, os locais em que a máscara é obrigatória.
Em resposta a quem defende que o uso de máscara pode causar excesso de confiança, José Alves refere que, “obviamente, que existem razões para usar máscara. Isso, aliado às regras de etiqueta, deve ser fundamental” para ajudar no combate à pandemia, uma vez que “a máscara ajuda não só a proteger da inalação de aerossóis contaminados, mas também protege ao expelir”. Por isso, a FPP aconselha as autoridades de saúde “a promoverem a obrigatoriedade desta medida que, seguramente, contribuirá para um controlo mais muito eficaz da pandemia”.
Texto editado por Pedro Rios