Verdes questionam Governo sobre ajuda à organização de eventos
Empresas sem dinheiro para pagar salários de Agosto e Setembro.
O Partido Ecologista “Os Verdes” questionou esta sexta-feira o Governo sobre as medidas de apoio ao sector da organização de eventos, que se encontra parado devido à pandemia da covid-19, considerando “urgente” dar resposta a estes profissionais.
Numa pergunta dirigida ao ministro do Estado, e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, o PEV alega que muitos dos apoios criados pelo governo para as micro, pequenas e médias empresas do sector são insuficientes, “acabando muitas vezes por não chegar a uma parte considerável das pequenas empresas, apesar da sua importância fundamental para a economia do país e a criação de postos de trabalho”.
O partido alerta que o cancelamento ou o adiamento para data incerta de eventos como congressos, feiras comerciais ou exposições, deixa o sector “sem certezas” e alerta para a quantidade considerável de postos de trabalho que dependem da realização destas iniciativas.
“Também o facto de poderem ser realizados, mas com as restrições existentes quanto ao seu funcionamento, acaba por, nalguns casos, tornar inviável a sua realização”, sustenta o partido.
Assim, os “Verdes” questionam o Governo sobre se existe alguma previsão para a retoma da actividade deste sector, “nomeadamente ao nível de congressos e feiras comerciais”, que avaliação faz o executivo socialista da situação actual e que orientações estão a ser estudadas para permitir a realização destes eventos.
O PEV também quer saber que apoios adicionais estão a ser estudados para todo o sector e se o Governo está a articular essas medidas com as associações representativas desta actividade.
O BE já tinha também questionado o Governo, a 22 de Julho, sobre o mesmo tema, questionado a disponibilidade do gabinete do ministro da Economia para avaliar medidas de incentivo ao desenvolvimento de eventos do sector e medidas adicionais de apoio.
Nesta quarta-feira o ministério da Economia assinou um despacho com a “interpretação dos princípios e orientações aplicáveis à realização de eventos corporativos”, com regras que incluem o uso obrigatório de máscara ou viseira, o habitual distanciamento físico e a limpeza e desinfecção de espaços.
A secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, tinha referido nesta terça-feira, em declarações à Lusa, que o Ministério da Economia já tinha uma proposta de orientações para o funcionamento do sector dos eventos que é “muito complexo” dado que envolve várias áreas.
Nesse mesmo dia a Associação Portuguesa de Serviços Técnicos para Eventos (APSTE) organizou um protesto, no Terreiro do Paço, em Lisboa, que pretendeu sensibilizar o Governo para a necessidade de medidas urgentes para o sector.
Segundo um inquérito realizado pela APSTE, em Maio, 60% das empresas do sector recorreram ao layoff e mais de metade (56%) não têm liquidez para pagar os salários nos meses de Agosto e Setembro. com PÚBLICO