Benfica oficializa forte investimento num trio de ataque aos títulos
Vertonghen, defesa belga consagrado, Cebolinha, internacional brasileiro, e Waldschmidt, promessa do futebol alemão, juntam-se ao plantel milionário que os “encarnados” estão a construir para 2020-21.
Com pompa e circunstância, replicando a cerimónia que tinha reservado para o regresso de Jorge Jesus, o Benfica apresentou nesta sexta-feira três reforços de peso para 2020-21. Jan Vertonghen, Luca Waldschmidt e Everton Cebolinha, por esta ordem, assinaram contrato com os “encarnados” e falaram no Seixal pela primeira vez de águia ao peito. Está confirmado um trio de luxo que eleva para mais de 60 milhões de euros, até à data, o investimento para 2020-21.
Finalista da Liga dos Campeões há cerca de um ano, uma das peças-chave do Tottenham nas últimas épocas, internacional belga em 118 ocasiões, Vertonghen chega à Luz como jogador livre, mas com um ordenado de topo (ainda que os valores não sejam públicos). O que levou o central (que também pode alinhar como lateral esquerdo) a rumar a Portugal?
“Gosto de estabilidade, continuidade e acho que é isso que o Benfica me oferece. Isso foi muito importante para mim. Senti mesmo confiança em mim e quero retribuir essa confiança com troféus”, explicou diante dos microfones, reforçando a ideia e a vontade de ser campeão nacional.
A magnitude do investimento dos “encarnados”, porém, obriga também a pensar na Europa com mais ambição do que nas últimas épocas e o defesa belga, mesmo sem comprometer em demasia, deixou uma nota sobre a abordagem à Champions, mesmo que os vice-campeões ainda não tenham garantido a presença na fase grupos. “Esta é uma grande equipa e um dos objectivos do clube é ter uma boa prestação na Liga dos Campeões e acho que podemos alcançá-lo”.
De resto, Vertonghen reconheceu que as indicações que foi recolhendo nestas semanas de negociações ("Witsel só me disse coisas positivas sobre o clube e até agora não se enganou") foram determinantes para a tomada de decisão. “Já conhecia o Benfica. Já cá ando há uns tempos, o treinador também e estou muito contente por estar deste lado agora”.
"Um grande passo para mim"
“Bom dia”. Foi assim que Waldschmidt se apresentou, respondendo em inglês às questões (de órgãos de informação do Benfica, apenas) que se seguiram. “Estou muito contente por estar aqui. Estou aqui para ajudar, para alcançar os objectivos do clube e é um grande passo para mim, uma mudança para um grande clube. Quero tornar-me um jogador melhor e quero ser bem-sucedido”, assinalou.
O jovem internacional alemão (três jogos pela selecção A), de 24 anos, sublinhou que os dirigentes dos “encarnados” o fizeram sentir bem-vindo e destacou que o pendor ofensivo das equipas de Jorge Jesus “encaixa muito bem” no seu perfil. “Também gosto de jogar ofensivamente”, frisou o atacante que, nas duas últimas temporadas no Friburgo, fez 56 jogos e 17 golos.
Waldschmidt, que é preferencialmente um segundo avançado, um esquerdino com forte capacidade de finalização, assinou um vínculo válido até 2025, com uma cláusula de rescisão cifrada nos 88 milhões de euros. Para assegurar o jogador, o Benfica desembolsa 15 milhões de euros pela totalidade dos direitos, ficando o Friburgo com 7,5% de uma futura mais-valia.
“Falei com o Weigl, com o Seferovic, todos me disseram muito bem do clube e da estrutura. É bom ter aqui alguém a falar alemão, ajuda na integração”, aduziu, manifestando a vontade de aprender rapidamente português, “para poder comunicar com os colegas e com o staff”.
"Quis experimentar trabalhar com Jesus"
Quem não tem de se preocupar com o idioma é Everton Cebolinha, uma alcunha que remete para um dos personagens da banda desenhada Turma da Mônica. O extremo brasileiro, já com 14 internacionalizações A e um dos grandes talentos dos últimos anos no Brasileirão, foi um pedido expresso de Jorge Jesus e chega à Luz com estatuto de respeito, a troco de 20 milhões de euros.
De resto, foi o próprio jogador a assumir que o ex-treinador do Flamengo teve um papel determinante na decisão de viajar para a Europa. “Tive boas referências do mister e eu pude comprovar isso. Ele teve muita importância na minha escolha, porque vi o trabalho dele de perto e quis experimentar. De certeza que vou crescer muito com ele”, afirmou no centro de treinos do Seixal, já noite dentro, antes de envergar pela primeira vez a camisola sete.
Um desequilibrador nato, Cebolinha era a estrela maior do Grêmio, que no negócio com os “encarnados” reservou 20% de uma eventual mais-valia gerada em caso de transferência do jogador. O atacante assinou contrato até 2025, com uma cláusula de rescisão-recorde para o Benfica: 150 milhões de euros.
Depois de Pedrinho (20 milhões), Gilberto (três milhões) e Helton Leite (cerca de 1,5 milhões), o Benfica eleva para valores invulgares para o futebol português o investimento na nova época. E nos mais de 60 milhões de euros já aplicados em reforços não está contabilizada a folha salarial, nem tão-pouco o esforço envolvido na tentativa de contratação de Edinson Cavani.
Depois de Pedrinho (20 milhões), Gilberto (três milhões) e Helton Leite (cerca de 1,5 milhões), o Benfica eleva para valores invulgares, para os padrões do futebol português, o investimento na nova época. E nos mais de 60 milhões de euros já aplicados em reforços não está contabilizada a folha salarial, a aposta em Jorge Jesus ou tão-pouco o esforço envolvido na tentativa de contratação de Edinson Cavani.