Ingrid Laubrock & Kris Davis: uma conversa brilhante e inesperada

Apesar de tocarem juntas há mais de dez anos, só agora a saxofonista e a pianista, duas das mais brilhantes improvisadoras e compositoras do jazz contemporâneo, se aventuram em duo. Blood Moon é o resultado magnífico de quem fala a mesma língua.

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Caroline Mardok

A vida não está fácil para quem se move no espectro do jazz de vanguarda e da música improvisada. As aulas online vão ajudando a pagar a renda, o trabalho sobre gravações já realizadas vai ocupando a cabeça, mas o horizonte teima em estreitar e em complicar as contas de qualquer regresso aos palcos. “Isto não está com bom aspecto”, suspira a pianista Kris Davis numa chamada de zoom tripartida com a saxofonista Ingrid Laubrock e o Ípsilon. Davis vive a norte do estado de Nova Iorque, Laubrock está em Brooklyn e ambas deviam andar por estes dias em digressão pela Europa. Essa fonte de sustento financeiro e artístico estancou de momento e ambas confessam, sem grande entusiasmo, que aquilo que têm tocado nestes meses tem-se resumido à prática diária do instrumento para não se desleixarem e não serem apanhadas desprevenidas quando a pandemia amainar. Mas sem o impulso de ter actuações previstas para breve ou projectos que sirvam de cenoura à frente do instrumento. Não há nada. Apenas agendas com concertos rasurados e espaços em branco.

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