Portugal junta-se à ajuda de emergência enviada pela UE a Beirute
Bruxelas accionou o Mecanismo Europeu de Protecção Civil para enviar rapidamente para o Líbano 100 bombeiros, com veículos, cães e equipamento, vindos dos 27 países-membros da UE.
Uma grande quantidade de países e organizações estão a preparar-se para enviar ajuda de emergência e humanitária para Beirute. Portugal é um deles, através do INEM, que participa no Mecanismo Europeu de Protecção Civil, para reunir pessoal e equipamento dos 27 países da União Europeia para ajudar o Líbano.
"O gabinete de crise da União Europeia vais assumir a coordenação do apoio a prestar a esta território. Faremos parte desse apoio e da parte da saúde a colaboração será prestada pelo INEM”, anunciou a secretária de Estado da Saúde Jamila Madeira. O número de profissionais portugueses e quando se realizará a deslocação ao Líbano será definida pelo mecanismo de Protecção Civil da União Europeia, explicou.
Durante a tarde, o Ministério da Administração Interna (MAI) explicou, através de comunicado, que Portugal manifestou esta quarta-feira disponibilidade para ajudar as autoridades libanesas, na sequência do pedido de assistência internacional que foi feito pelas mesmas ao Mecanismo Europeu de Protecção Civil. Segundo o ministério liderado por Eduardo Cabrita, Portugal comunicou “a disponibilidade para o envio de uma Força Operacional Conjunta Nacional (FOCON), composta por 42 operacionais”.
Além do INEM, esta força contará ainda com elementos da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil, da Guarda Nacional Republicana e do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa (RSB), com valências nas áreas de busca e salvamento em ambiente urbano, emergência pré-hospitalar e resposta a eventos Nuclear, Radiológico, Biológico e Químico.
O comissário europeu para a gestão de crises, Janez Lenarc, anunciou que está a ser preparado um destacamento de “100 bombeiros altamente treinados, com veículos, cães e equipamento, especializados em operações de busca e salvamento em contextos urbanos. Vão trabalhar com as autoridades libanesas para salvar vidas.”
Os satélites da UE estão também a ajudar o Líbano a determinar a extensão dos danos.
“Perante a vasta destruição provocada pela explosão, há uma janela de oportunidade para localizar com vida os desaparecidos e tem de ser accionada rapidamente. A ideia é que o mecanismo europeu diga nas próximas 24 horas quantos [elementos] e quando irão da parte de Portugal”, explicou Jamila Madeira.
O MAI especificou, na sua nota, que “a mobilização desta FOCON depende ainda da aceitação formal por parte das autoridades libanesas”.
República Checa, Países Baixos e Grécia confirmaram já a sua participação nesta missão. França, Polónia e Alemanha ofereceram já assistência através do Mecanismo de Protecção Civil, e a Comissão Europeia aguarda mais ofertas de ajuda, disse o comissário Lenarc.
O Governo libanês decretou nesta quarta-feira estado de emergência durante duas semanas, para lidar com o desfecho da poderosa explosão de 2750 toneladas de nitrato de azoto armazenadas há anos no porto de Beirute, que até agora fizeram já 135 mortos e cerca de 5000 feridos.