Ouro volta a bater novos máximos ao chegar a 2034,20 dólares a onça

Ouro já se valorizou mais de 30% desde o início do ano devido, sobretudo, ao enfraquecimento do dólar e à queda dos juros da dívida.

Foto
Reuters/BAZ RATNER

O ouro, um dos bens considerados refúgio pelos investidores, atingiu na última noite novos máximos históricos depois de ter ultrapassado 2000 dólares por onça, uma tendência que esta quarta-feira se mantém, tendo já subido para 2034,20 dólares.

A prata, entretanto, também está a negociar acima do seu nível mais alto desde 2013, a 26,51 dólares, mais do dobro do mínimo atingido em Março (surto da crise da covid-19), quando atingiu menos de 12 dólares. No entanto, a prata ainda está longe de atingir o seu máximo histórico, de 49,80 dólares, alcançado em Abril de 2011.

Quanto ao ouro, desde o início do ano já se valorizou mais de 30% devido sobretudo ao enfraquecimento do dólar e à queda dos juros da dívida.

Os analistas da Julius Baer, citados pela Efe, atribuem estes níveis do ouro aos receios no mercado de que a aprovação de mais ajuda económica nos Estados Unidos para lidar com a crise gerada pela covid-19 levem a um rápido aumento da inflação e a uma queda do dólar, ameaças que, no entanto, não vêem como estando iminentes.

Neste sentido, os analistas explicam que, embora o dólar tenha tido recentemente uma tendência descendente, isto pode ser devido a razões cíclicas e não estruturais.

“O sentimento do mercado está a tornar-se cada vez mais optimista, o que é um sinal de alerta”, mas isso não significa “que a corrida ao ouro não possa continuar”, acrescentaram analistas que, no entanto, alertam que o seguro fornecido pelo ouro nas carteiras dos investidores se tornou muito caro.

Além disso, analistas da Aberdeen Standard Investments dizem que a tendência do ouro para atingir mais de 2000 dólares tem sido “certamente chocante, mas não uma surpresa”.

“A combinação da escalada de tensões entre os Estados Unidos e a China e os contínuos receios sobre o impacto económico da pandemia forneceram muito combustível para este aumento, e parece improvável que qualquer um dos factores se dissipe a curto prazo”, acrescentam.

“Como os investidores continuam a enfrentar volatilidade e incerteza, a atractividade de activos seguros como o ouro e a prata só vai aumentar”, concluem.