Ontem, hoje e Mayan
Perante o “ontem” que entrincheirou o país na estagnação económica e um “hoje” que cultiva a submissão social, urge apostar num “amanhã” sem cedências a populismos e extremismos.
Teremos daqui a poucos meses eleições presidenciais. Em democracia será a décima vez que os portugueses escolherão livremente o chefe de Estado. Aquele que “garante a independência nacional, a unidade do Estado e o regular funcionamento das instituições democráticas”, segundo o imperativo constitucional.
Não é um soberano, é um órgão de soberania. Alguém que deve representar e defender o verdadeiro soberano, o cidadão. Cada um de nós.
Desde 1976 tivemos cinco presidentes. Exceptuando Ramalho Eanes, os restantes emanaram do sistema partidário. Nada de errado. Mesmo perante outras candidaturas sem chancela partidária, a escolha dos cidadãos é sempre soberana. O balanço de cada um deverá centrar-se no exercício dos seus mandatos, pensando se conseguiram representar para além de quem os elegeu, se foram verdadeiramente independentes ou apenas uma extensão dos interesses do seu cartão de militância.
Seja qual for a opinião de cada um, uma coisa parece certa. Não sendo uma função executiva, o magistério de influência que todos os Presidentes deveriam ou deverão ter exercido não bastou para impulsionar o país e a sociedade, não foi decisivo para construir um Portugal desenvolvido e robusto, não evitou três bancarrotas públicas, não impediu um regime de compadrio e nepotismo, não travou casos de delapidação de empresas-âncora da economia nacional.
O “ontem” presidencial, na globalidade, caracterizou-se por uma extensão daqueles que não serviram o país e permitiram um sistema que se serviu a si próprio.
E “hoje”, o que temos? Um Presidente com níveis de empatia e notoriedade dificilmente alcançáveis, por quem virá, mas também por quem já esteve. Infelizmente, o actual chefe do Estado desperdiça energias numa permanente “auto-azáfama” e, perante diversas falhas do Estado, como nos incêndios de Pedrógão, no assalto a Tancos e nos milhares de consultas e cirurgias adiadas nos últimos meses, só consegue pedir um unanimismo nacional que nada resolve. Temos um Presidente que confunde afectos com excessiva hesitação na hora de assumir clivagens e até rupturas em nome do interesse nacional e da defesa dos cidadãos. Temos um Presidente que não percebe que, ao invés de impulsionar os portugueses, apenas contribui para a anestesia geral, favorecendo os interesses do Partido Socialista e transformando a nação valente de que fala o Hino Nacional numa nação submissa.
Perante o “ontem” que entrincheirou o país na estagnação económica e um “hoje” que cultiva a submissão social, urge apostar num “amanhã” sem cedências a populismos e extremismos.
O “amanhã” tem que apelar à libertação das energias individuais, evitando os riscos do dirigismo e do paternalismo estatista.
O “amanhã” tem que estar virado para o talento das pessoas, o dinamismo das empresas e o desenvolvimento do poder local, fugindo à burocracia e ao centralismo.
O “amanhã” tem que ser capaz de valorizar o mérito e equilibrar o elevador social, evitando as súbitas subidas na vida por redes de interesses e compadrios.
O “amanhã” tem que dizer a todos os que emigraram que Portugal será capaz de lhes proporcionar as condições para que possam regressar, se for essa a sua vontade. Tem que dizer a todos, sobretudo às futuras gerações, que num mundo global a experiência internacional será sempre opção voluntária e não uma obrigação imposta pelas circunstâncias.
Este “amanhã” que todos desejamos deve valorizar e respeitar a individualidade de cada um, combatendo o aproveitamento de ressentimentos, os privilegiados do sistema e os ferozes inimigos da iniciativa privada.
É por acreditar no potencial de Portugal e dos portugueses, é por desejar que as próximas gerações não tenham que se lamentar ou nos acusem de nada termos feito para construir um futuro com base nos valores da liberdade, da prosperidade e do desenvolvimento, que votarei num candidato que personifica essa alternativa para a Presidência da República. Votarei Tiago Mayan. Porque quero um Portugal melhor já amanhã.