Ministro da Administração Interna diz que capacidade no combate aos incêndios “é plena”

A resposta no ataque inicial tem permitido que cerca de 95% das ocorrências sejam eliminadas na primeira hora, revelou Eduardo Cabrita.

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O incêndio em Oleiros foi dado como dominado esta segunda-feira de manhã PAULO PIMENTA

O ministro da Administração Interna disse esta segunda-feira que a capacidade no combate dos incêndios “é plena”, revelando que a resposta no ataque inicial tem permitido que cerca de 95% das ocorrências sejam eliminadas na primeira hora.

Questionado sobre o impacto da pandemia da covid-19 na prevenção e combate dos incêndios florestais, o ministro Eduardo Cabrita realçou a forma como “o dispositivo respondeu notavelmente neste fim-de-semana, num quadro de grande exigência”.

“Tivemos todos os dias mais de 120 incêndios por dia, cerca de uma dezena em cada dia assumindo uma dimensão significativa, sobretudo o incêndio de Oleiros, Proença-a-Nova e Sertã com um potencial de risco elevadíssimo”, avançou o titular da pasta da Administração Interna, à margem de reunião de acompanhamento da estratégia de prevenção e controlo da covid-19 na Área Metropolitana de Lisboa.

No domingo, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, admitiu que a pandemia afectou a prevenção dos incêndios, tornando as condições de combate “difíceis”, sobretudo por se tratar de um Verão muito quente.

“A capacidade de resposta é plena, temos tido uma resposta no ataque inicial que permite que cerca de 95% das ocorrências sejam eliminadas na primeira hora, numa capacidade de resposta ampliada”, afirmou o ministro da Administração Interna, destacando a resposta no incêndio de Oleiros, Proença-a-Nova e Sertã, que deflagrou na tarde de sábado e foi dominado ao início desta manhã.

Sobre este incêndio, Eduardo Cabrita disse que a capacidade de resposta permitiu superar as expectativas da “avaliação muito rigorosa” que estava a ser feita, em que se previa a mobilização do dispositivo até terça ou quarta-feira.

Neste âmbito, o governante enalteceu a capacidade demonstrada pelos operacionais, com a articulação de todas as entidades, designadamente bombeiros voluntários, bombeiros profissionais, Guarda Nacional Republicana, Forças Armadas e estruturas de Protecção Civil municipal.

Sobre o combate dos incêndios, o ministro da Administração Interna voltou a lamentar “os acidentes que têm afectado quase exclusivamente operacionais”, considerando que são “casos dramáticos”, em que se contabiliza a morte de três bombeiros durante este ano, inclusive um jovem de 21 anos no incêndio deste fim-de-semana em Oleiros, que alastrou aos concelhos vizinhos de Proença-a-Nova e Sertã, também no distrito de Castelo Branco.

Relativamente à descoordenação de meios no combate ao incêndio de Oleiros, Proença-a-Nova e Sertã, Eduardo Cabrita referiu que, no contacto próximo com os três presidentes de câmara das áreas envolvidas, o que foi testemunhado é “uma exemplar coordenação de forças”.

“Só isso permitiu, num incêndio de grande dimensão e com um potencial catastrófico elevadíssimo, uma resposta que permitiu manter as prioridades estratégicas - salvaguarda da vida humana, segurança de bens e estabelecimento de uma estratégia -, o que permitiu, com sucesso, levar a que o incêndio fosse considerado dominado”, declarou o ministro da Administração Interna.

“Só a boa coordenação da resposta de todos agentes - nacionais, bombeiros locais e estruturas de Protecção Civil municipal - permitiu, neste caso, aquilo que consideramos um bom resultado”, reforçou Eduardo Cabrita, recordando as condições difíceis em que o incêndio de Oleiros, Proença-a-Nova e Sertã foi combatido, inclusive “fenómenos eruptivos muito significativos”.

Sem ter ainda a medição final da área ardida neste incêndio, o governante lembrou as palavras do comandante no terreno, que avançou que poderá ter afectado “pelo menos seis mil hectares”.

Além da “dimensão tão grande” deste incêndio, o ministro indicou a “conjugação plena dos factores de risco”, com temperaturas muito elevadas que chegaram a atingir 43 graus Celsius, com ventos superiores a 65 quilómetros/hora e com níveis muito baixos de humidade, cerca de 20% de humidade relativa. “Neste contexto, a resposta ao incêndio torna-se muito complexa e é compreensível a preocupação das populações”, frisou.

O incêndio que deflagrou no sábado em Oleiros e que se alastrou aos concelhos vizinhos de Proença-a-Nova e Sertã, em Castelo Branco, foi dominado ao início desta manhã, segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC).