Covid-19: mais duas mortes e 135 infecções. Área Metropolitana de Lisboa com “tendência decrescente”
Casos crescem 0,3% e mortes 0,1%. Lisboa e Vale do Tejo concentra grande parte dos novos casos (75%) e todas as mortes das últimas 24 horas. Casos activos diminuíram em relação a domingo.
Nas últimas 24 horas morreram duas pessoas por covid-19 em Portugal, um aumento de 0,1% em relação a domingo. No total, a doença já fez 1719 vítimas mortais. Os números desta segunda-feira da Direcção-Geral da Saúde (DGS) dão conta de mais 135 pessoas infectadas, uma taxa de crescimento de 0,3%, o que eleva para 50.299 o número total de casos identificados desde 2 de Março.
Com 135 novos casos, esta segunda-feira é o segundo dia de Julho com menos infecções diárias, lado a lado com o dia 20 de Julho, quando também foram registados 135 casos e só atrás do dia 21, quando existiram 127 novas infecções.
Das novas infecções desta segunda-feira, 75% foram registados em Lisboa e Vale do Tejo (LVT) e 16% na região Norte. Foi também na região de LVT que foram registadas as duas mortes das últimas 24 horas. Existem, neste momento, 414 pessoas internadas (mais 11 que no domingo) — 45 destas estão nos cuidados intensivos (menos três). Há 1397 pessoas a aguardar resultados laboratoriais e 35.120 a serem acompanhadas pelas autoridades de saúde.
Recuperaram da infecção pelo coronavírus SARS-CoV-2 mais 158 pessoas, elevando o número total de recuperados para 35.375. Há 13.205 casos activos de infecção, menos 25 que no domingo. A taxa de letalidade global da doença é de 3,4%.
Lisboa e Vale do Tejo é a região que tem o maior número acumulado de casos no país – ao todo, são 25.549 os registos de infecção (101 nas últimas 24 horas) e 588 mortes por covid-19 (duas nas últimas 24 horas). A região Norte tem 18.525 casos (mais 22) e 828 mortes. No Centro foram registados quatro novos casos, num total de 4411 infecções e 252 mortes. O Alentejo totaliza 691 casos (três novos) e 21 mortes. No Algarve há 853 casos de infecção confirmados (nenhum nas últimas 24 horas) e o número de mortes mantém-se em 15. A Madeira totaliza 105 casos de infecção e nenhuma morte. Já os Açores registam 165 casos e 15 mortes desde o início da pandemia.
Os dados do relatório da DGS indicam que, do total de mortes registadas, 861 são mulheres e 858 homens. As duas mortes registadas nas últimas 24 horas são referentes a cidadãos acima dos 80 anos (um homem a uma mulher).
Área Metropolitana de Lisboa com “tendência decrescente”
A actualização do número de casos por concelho não era contabilizada desde a última segunda-feira — a DGS passou, a 14 de Julho, a actualizar este indicador apenas semanalmente, à segunda-feira, ao contrário do que aconteceu nos meses anteriores, em que os dados eram actualizados diariamente. Olhando para este indicador, é possível perceber que Lisboa regista o maior aumento do número de casos neste espaço temporal (4408, mais 168 desde a última actualização), seguido por Sintra (3695, mais 219), Amadora (2185, mais 95), Loures (2284, mais 87), Odivelas (1512, mais 87) e Cascais (1382, mais 80).
Segundo o Ministério da Saúde, os concelhos da Área Metropolitana de Lisboa (AML) têm registado uma "tendência decrescente” no número de casos de covid-19 nos últimos dias”. A ministra da Saúde, Marta Temido, informou esta segunda-feira na conferência de imprensa sobre a situação pandémica que “Sintra regista agora variação negativa, mantendo nos outros concelhos tendência decrescente. Todos os cinco concelhos da Área Metropolitana de Lisboa que temos monitorizado mais atentamente mostram comportamento decrescente, que temos de continuar a acompanhar”.
O índice de transmissão (Rt) nesses concelhos é de 0,89 em Sintra, 0,83 em Odivelas e Amadora, 0,78 em Lisboa e em Loures 0,99, acrescentou Marta Temido, que pediu que os dados fossem olhados com “muita prudência, na medida em que estamos a falar de números muito pequenos”. O Rt é de 1 quando, em média, cada doente infecta outro.
Mais intensivistas
Até ao final de 2020 e início de 2021, o Ministério da Saúde quer contratar mais médicos e enfermeiros, especialmente para os cuidados intensivos. A ministra disse que foi feita uma revisão da rede hospitalar por parte da Comissão de Acompanhamento da Resposta Nacional em Medicina Intensiva e que o plano é haver uma “abertura de concursos para a contratação de médicos com especialidade hospitalar em medicina intensiva”. O ministério vai procurar também uma “transformação dos contratos a termos do pessoal de enfermagem para contratos de tempo determinado, para dar estabilidade aos profissionais no Serviço Nacional de Saúde”.
A governante apontou para o final de 2020 e início de 2021 para o Serviço Nacional de Saúde alinhar as suas metas com as metas europeias. “Esperamos que consigamos 1,5 camas por cem mil habitantes e ter todos os recursos humanos para o seu funcionamento”, disse.
Fetos com covid-19 são “raros”, grávidas podem ficar descansadas
A directora-geral da Saúde, Graça Freitas, foi questionada relativamente à morte de um feto que morreu com covid-19 no hospital Amadora-Sintra, na sexta-feira, e tentou acalmar as grávidas, apontando que estes casos são “raros”.
“É uma situação que estamos a acompanhar com muita atenção, uma vez que continua a ser investigada. No mundo há raros casos [de fetos com covid-19], no entanto têm nascido bastantes crianças filhas de mães positivas, que nascem bem e não contraem a doença. Não há nenhuma evidência que nos leve a ponderar uma alteração à norma da vigilância da gravidez, mas estamos atentos ao desenvolvimento cientifico e do caso na Amadora-Sintra”, disse Graça Freitas.
No fecho da conferência de imprensa sobre a situação pandémica em Portugal, a ministra da Saúde pediu novamente que os portugueses evitassem realizar festas ilegais. “Não há forma de o Governo ter mais cuidado, por mais atento que seja e por mais diligente que seja, de forma a impedir os indivíduos de cometerem actos que põe em causa a sua saúde e a dos demais”, argumentou. Assim, renovou “para esse tipo de condutas não sejam mantidas. Esta é uma doença que não se compadece com facilitismos nem com correr riscos que possam ter consequências fatais”.
A ministra garantiu ainda que “o Governo continuará a investir na fiscalização”, podendo eventualmente aplicar o “crime de propagação de doença infecto-contagiosa”.