Frentes do incêndio em Oleiros e Proença-a-Nova dominadas e à espera do reforço de mais cem operacionais

Três aldeias do concelho de Oleiros continuam sob vigilância “muito apertada” ao final da tarde, por causa da proximidade do fogo.

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A frente da Sertã é a que causa mais preocupação, mas as três aldeias sob maior vigilância ficam em Oleiros LUSA/Paulo Cunha

O incêndio que começou em Oleiros, na tarde de sábado, ainda está longe de estar dominado, mas a estratégia utilizada pelos bombeiros está a levá-lo a ceder nas frentes mais voltadas a Oleiros e a Proença-a-Nova. Com 854 bombeiros no terreno, 264 viaturas e 14 meios aéreos a combater as chamas, espera-se ainda esta noite a chegada de três grupos de reforço, o que deverá significar a presença de mais cem operacionais, disse o comandante distrital de Operações de Socorro de Castelo Branco, Luís Belo Costa, num ponto da situação às 19h deste domingo.

Não há previsões para que o incêndio seja totalmente dominado, e a afirmação do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, de que os meios deverão continuar no terreno pelo menos até quarta-feira não foi posta de lado pelo comandante distrital. “O potencial de evolução deste incêndio é enorme”, admitiu Luís Belo Costa, mas sem baixar os braços: “Compete-nos fazer tudo o que esteja ao nosso alcance para inverter esse cenário. Conto que o possamos fazer”, disse. 

Mas há sempre vários factores a ter em conta, explicou o comandante, lembrando que uma estratégia delineada para tentar conter o incêndio ainda na manhã deste domingo tinha falhado. “O vento iria dar-nos uma oportunidade de intervenção que deveria ser de quatro horas, soprando de Este para Oeste, e que iríamos aproveitar para estabelecer um esforço de combate em todo o flanco esquerdo, mas acabou por não dar os resultados que tínhamos preconizado. Foi muito pouco tempo, num terreno especialmente difícil do ponto de vista da sua orografia e do seu coberto. Por muito pouco não conseguimos que esta estratégia resultasse e ainda assim ela só não resultou num só sector do flanco esquerdo deste incêndio”, disse.

A tarde traria, ainda assim, algumas boas notícias. “Todo o resto do perímetro do incêndio acabou por ceder à estratégia que definimos para o efeito”, declarou. O comandante distrital especificou que o sector do incêndio mais a Norte, voltado a Oleiros, entre Troviscal e Cabeço da Rainha, “está dominado”, mas que há um sector na direcção de Castelo Branco, entre Cabeço da Rainha e Vale da Lousa (onde falhou a estratégia matinal), que “ainda está activa”. Aqui está, contudo, a ser aplicada uma manobra de uso de fogo que, segundo Luís Belo Costa, “está a resultar”. “Vê-se um fumo muito denso nessa direcção e muito dele deve-se a essa manobra”, explicou o responsável, indicando que a acção está a ser feita por pessoal especializado, com uso massivo de meios aéreos de Sul para Norte e apoio terrestre, e que só é empregue quando há garantias de que vai resultar. 

Na frente mais a sul entre Vale da Lousa e Beirão, voltado para Proença-a-Nova, o terceiro concelho a ser afectado pelo incêndio, também “ficou recentemente dominada, apesar de ter um projecção que está ser combatida”, explicou o comandante distrital. 

Já no flanco direito do incêndio, voltado para a Sertã, entre Beirão e Figueiredo, existem três reactivações, incluindo na Ermida. O último sector do incêndio, entre Figueiredo e Troviscal está “80% em resolução”, pelo que os trabalhos “estão no bom caminho”, afirmou o responsável.

Edifícios danificados

Tal como já afirmara no ponto da situação da manhã, Luís Belo Costa confirmou que arderam algumas edificações, mas recusou clarificar se estas estruturas eram casas ou barracões, afirmando que não é o tempo para se fazer essa avaliação, que será posteriormente tratada pelos serviços municipais. “Queremos dominar o incêndio, é muito grande, está numa área considerável”, justificou.

A zona fortemente povoada tem criado preocupações acrescidas, e obrigado à “dispersão” de meios, para garantir a segurança de todos, disse ainda o responsável, garantindo, contudo, que ninguém esteve em risco e que as pessoas que foram retiradas de casa o foram mais por precaução e para evitar “que haja uma escalada emocional negativa”.

Ainda assim, ao início da noite, três aldeias do concelho de Oleiros continuavam sob uma vigilância “muito apertada” por parte da GNR e dos serviços municipais da Protecção Civil, para a eventualidade de o fogo avançar para ali: Vale da Lousa, Vale de Cuba e Pedintal.

A contabilidade dos danos pessoais continua marcada pela morte de um bombeiro de 21 anos de Proença-a-Nova, na noite de sábado, na sequência de um despiste durante o combate às chamas. Deste acidente resultaram ainda cinco feridos, um dos quais em estado grave. Houve ainda três pessoas que necessitaram de assistência no local, mas sem mais consequências, esclareceu o comandante distrital.

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