À segunda, a Juventus não podia deixar de fazer a festa

Vecchia signora passa a contar 36 títulos, tantos quantos os de Inter e AC Milan juntos. Além da concorrência de Inter, Lazio e Atalanta, equipa de Turim ainda teve que vencer a pandemia que ameaçou anular a época do nono scudetto consecutivo.

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Reuters/MASSIMO PINCA
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Ronaldo marcou um golo e falhou um penálti no jogo que deu o título Reuters/MASSIMO PINCA

A Juventus bateu a Sampdoria e consumou este domingo - depois de na quinta-feira ter desperdiçado o primeiro match-point e adiado a festa do título - a conquista do nono campeonato consecutivo, vincando uma hegemonia absoluta no futebol italiano. Um triunfo por 2-0 em casa, com golos de Cristiano Ronaldo (que falhou um penálti) e Bernardeschi selou mais um título para a vecchia signora, que, agora, só tem de se preocupar com a Liga dos Campeões e recuperar de uma desvantagem no confronto com o Lyon para chegar à fase final de Lisboa.

A equipa de Turim passa a somar 36 títulos de campeão, igualando os conquistados pelos dois maiores rivais de Milão (cada um com 18) em conjunto, tendo aproveitado a retoma que se seguiu à interrupção motivada pela pandemia do novo coronavírus para distanciar-se e reclamar o troféu a duas rondas do desfecho da Serie A.

Depois do deslize do Inter de Milão na recepção à Fiorentina, na 35.ª jornada, ter escancarado as portas da Serie A à Juventus, que precisava de uma vitória em Udine para consumar a conquista, a derrota com a Udinese - a segunda em cinco jogos, dos quais apenas venceu um, frente à Lazio - obrigou os “bianconeri” a uma ligeira alteração de planos, transferindo o palco das celebrações para o seu estádio. 

Desta feita, o Inter não perdoou na deslocação a Génova, recuperando a vice-liderança à Atalanta (empatou com o AC Milan), obrigando a equipa de Cristiano Ronaldo a somar os três pontos para não adiar de novo a grande decisão e deixar o rival a uma distância se segurança nas próximas duas décadas.

Na verdade, as contas dos vencedores do campeonato italiano poderiam ser diferentes, já que na sequência do escândalo do Calciopoli, à equipa de Turim, punida com a despromoção ao segundo escalão em 2006/07, foi ainda retirado o título de 2005/06 (atribuído ao Inter).

O período que se seguiu foi dominado pelos “nerazzurri”, que somaram outros quatro scudettos até 2010, tendo o AC Milan encerrado o ciclo milanês antes que a Juventus reclamasse o controlo absoluto na última década, uma hegemonia que parece cada vez mais difícil de contrariar.

O início de temporada ainda suscitou algumas dúvidas, não conseguindo distanciar-se dos rivais, depois de no ano anterior a Juve ter garantido o título com 11 pontos de vantagem sobre o Nápoles e 21 sobre o terceiro classificado, a Atalanta. Isto porque Nápoles, Inter e Lazio tentaram contrariar o favoritismo da equipa de Cristiano Ronaldo, mantendo um despique que só a interrupção da liga, imposta pela pandemia, acabou por diluir.

A retoma pós pandemia da Juventus começou bem, com quatro vitórias consecutivas e apenas dois golos sofridos. Mas o desgaste provocado pela sucessão de jogos fez-se notar... com mais 12 golos sofridos em apenas cinco partidas. A Juventus já consentiu 35 golos esta época, mais cinco do que na anterior, um novo máximo desde a época 2010/11, a última em que não venceu a Serie A, que concluiu em sétimo lugar, com 42 golos sofridos.

Apesar de tudo, a equipa de Turim acabou por superar todos os obstáculos, sem esquecer a grande e inesperada ameaça imposta pela covid-19, que a dada altura deixou a Liga italiana em suspenso, em risco de nem sequer completar a prova, e a Juventus perante a hipótese real de não ser atribuído o título a nenhuma equipa ou de este poder ser decidido por um algorítmo.

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