Políticos de férias em Portugal em ano de pandemia entre Algarve, norte e ilhas
Alguns exemplos das férias dos políticos: Marcelo estará na Madeira e no Algarve. Rui Rio terá férias “frugais” no Minho. Ferro Rodrigues ruma a Altura. Carlos César e Francisco Rodrigues dos Santos escolhem os Açores. Catarina Martins parte para Aveiro. Jerónimo ruma ao sul e André Silva estará entre o Algarve e a zona de Aveiro.
Os principais protagonistas políticos vão passar todos férias em Portugal, com os cuidados impostos pela pandemia de covid-19, e dividirão os dias de descanso entre Algarve, norte e ilhas.
O Presidente da República já tinha anunciado publicamente que iria passar uns dias de férias na Região Autónoma da Madeira e outra parte no Algarve para destacar a segurança destes destinos e ajudar a actividade turística, num ano em que a pandemia promete afectar particularmente este sector económico em Portugal.
Marcelo Rebelo de Sousa visitará Porto Santo entre 6 e 8 de Agosto e rumará ao Algarve na segunda quinzena do mês, mas, segundo a sua assessoria, no dia 27 faz questão de estar em Lisboa para o arranque da 90.ª edição da Feira do Livro da capital, que este ano foi adiada devido à pandemia.
Quanto às férias do presidente do PSD, fonte oficial do partido disse à Lusa que Rui Rio tem, por norma, “férias muito frugais, a exemplo do que faz na vida em geral”, e passará este período de descanso - com início no princípio de Agosto - no Minho, como é habitual.
Também a segunda figura do Estado, o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, repetirá o destino de férias tradicional: Altura, no Algarve, no início de Agosto.
Tal como no ano passado, o gabinete do primeiro-ministro escusou-se a revelar o período ou local em que António Costa irá gozar férias, considerando tratar-se de matéria reservada.
Já o presidente do PS, Carlos César, aceitou dizer à Lusa que irá fazer férias em “duas ou três ilhas dos Açores”, arquipélago de onde é natural.
Também pelos Açores andará o líder do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, que “passará alguns dias da primeira quinzena de Agosto” nesta Região Autónoma, não só devido às eleições regionais que se realizam depois do verão, mas também com o objectivo de “ajudar o turismo”.
A coordenadora do BE, Catarina Martins, planeia gozar férias igualmente na primeira quinzena de Agosto e, se a evolução política o permitir, passará esses quinze dias “com a família a Norte (litoral), no distrito de Aveiro”, segundo a assessoria do partido.
De acordo com o gabinete de imprensa do PCP, o secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, “gozará o seu período de férias entre o final de Julho e as primeiras semanas de Agosto, no sul do país como é habitual, tomando as medidas de protecção sanitárias ajustadas à situação actual”.
Já o deputado e porta-voz do PAN, André Silva, estará de férias nas primeiras três semanas de Agosto.
“À semelhança do ano passado, escolheu Portugal como o local para poder descansar e repor a energia. Durante este período, conta dividir os dias entre o Algarve e a zona de Aveiro. Neste ano em que o país é também afectado por uma crise sanitária, as recomendações e as precauções que têm vindo a ser amplamente recomendadas pelas autoridades de saúde farão seguramente parte da rotina em férias”, respondeu a assessoria de imprensa do partido à Lusa.
Alterações nas rentrées
Os dois novos líderes partidários com assento na Assembleia da República terão férias intercaladas com a actividade política.
André Ventura, deputado único e líder demissionário do Chega, assume que terá este ano férias “muito diferentes do que é habitual”, quer pelos compromissos partidários quer pela sua anunciada candidatura a Belém.
“Em Agosto realizar-se-ão, em várias zonas do país, comícios de apoio à candidatura do presidente do Chega à Presidência da República, nomeadamente em Aveiro, Leiria e Setúbal, contando-se ainda diversas reuniões semanais”, informou a sua assessoria, dizendo que os “poucos dias de descanso” que André Ventura terá serão intercalados com esta actividade política, passados “na companhia da família e, sempre que possível, a ler um livro”.
Já a assessoria do presidente da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo, indicou que “num ano atípico, as férias [do deputado] serão típicas”, passadas em Portugal (preferindo não revelar o local), e dedicadas ao que “sente mais falta” no resto do ano: “família, amigos, desporto e leituras”.
“Mas, como deputado e presidente da IL, irá manter actividade política, estando previstas algumas acções pelo país, como a presença no Porto a 24 de Agosto para celebrar os 200 anos da Revolução Liberal”, acrescenta.
Se as férias da maioria dos líderes partidários não sofrerão grandes alterações apesar da pandemia, o mesmo não se pode dizer das rentrées partidárias, que habitualmente se realizam entre final de Agosto e início de Setembro.
Apenas o PCP mantém a habitual Festa do Avante! para o primeiro fim de semana de Setembro, embora com novas regras de espaço, circulação ou higiene.
PSD e BE já cancelaram as iniciativas que realizam há vários anos – Universidade de Verão e Fórum Socialismo, respectivamente –, com o Bloco a adaptar o seu acampamento para jovens ao formato online, uma iniciativa que arrancou na segunda-feira e decorre até domingo, com a participação de Marisa Matias, Francisco Louçã e Catarina Martins, entre outros.
Fonte do PS disse à Lusa que nada está ainda definitivamente decidido quanto a rentrées, mas recorda que o partido tem os congressos federativos previstos para o fim-de-semana de 12 e 13 de Setembro.