Covid-19: número mais baixo de doentes em cuidados intensivos em quatro meses
Região de Lisboa concentra seis das sete mortes do último dia, bem como 80,8% dos novos casos. Há 198 surtos activos no país.
É o número mais baixo de pessoas em cuidados intensivos dos últimos quatro meses: no boletim epidemiológico desta sexta-feira da Direcção-Geral da Saúde (DGS), Portugal regista 52 internados nos cuidados intensivos. Este valor não era tão baixo desde o dia 24 de Março, quando estavam 48 pessoas nas unidades que tratam os doentes mais críticos. É um decréscimo de sete pessoas face aos dados revelados na quinta-feira. Existem ainda 420 pessoas internadas, menos 11 pessoas nas últimas 24 horas.
No último dia o país registou mais sete mortes por covid-19, perfazendo um total de 1712 vítimas mortais no país desde o início do surto. Há mais 313 pessoas infectadas, uma taxa de crescimento de 0,6% que eleva para 49.692 o número total de casos identificados em Portugal. É o maior aumento diário desde 18 de Julho (também se registaram 313 novos casos).
Dos novos casos, 80,8% são da região de Lisboa e Vale do Tejo.
Mais 318 pessoas foram dadas como recuperadas, subindo assim para 34.687 o número de recuperações no país. Subtraído o número de mortes e de pessoas curadas, há nesta altura 13.293 casos activos em Portugal, menos 12 do que no dia anterior.
Das sete mortes registadas, seis foram na região de Lisboa e Vale do Tejo, que concentra o maior número de infecções desde o início da pandemia e 253 novas infecções face ao boletim de quinta-feira. No Alentejo foi registada uma morte. A taxa de letalidade global é de 3,4% e, acima dos 70 anos, sobe para 16%.
Recuperaram 3463 profissionais de saúde dos 4114 infectados
Até ao momento, 4114 profissionais de saúde foram infectados com o novo coronavírus, dos quais 3463 já recuperaram, anunciou a ministra da Saúde na conferência de imprensa desta sexta-feira. Marta Temido informou ainda que, dos casos activos neste momento no país, 68% encontram-se em Lisboa e Vale do Tejo.
Há 198 surtos activos, dos quais 40 na região Norte, 13 no Centro, 127 em Lisboa e Vale do Tejo, 13 no Algarve e cinco no Alentejo, apontou Temido.
Sobre uma eventual vacina para a covid-19, a ministra da Saúde referiu que o Infarmed tem liderado o acompanhamento do processo a nível internacional, com reuniões semanais entre os 27 Estados-membros da União Europeia. “É ainda precoce estar a avançar sobre aquilo que será a informação sobre o número de doses, sobre eventuais preços ou, mais importante ainda, sobre datas efectivas para a sua disponibilização”, disse a ministra da Saúde.
O subdirector-geral da Saúde, Diogo Cruz, acrescentou que está a ser preparada uma nova norma sobre a política de testagem nacional, que está “numa fase adiantada do seu desenvolvimento”. “Estamos a planear em consonância com o plano de Inverno”, afirmou Diogo Cruz.
As “preocupações centrais” com a chegada do Inverno “prendem-se com a necessidade de garantir que, por um lado, temos vacinas para a gripe sazonal e, por outro lado, rapidez de resposta para um eventual recrudescimento da covid-19”, explicou a ministra da Saúde, acrescentando que é também preciso “dar resposta” à actividade assistencial que não foi realizada devido à pandemia.
Inquérito serológico ainda sob análise
A ministra da Saúde não quis comentar os dados do inquérito serológico nacional realizado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge que, segundo o Expresso, indicam que 300 mil portugueses já foram infectados. “Os resultados só vão ser tornados públicos na próxima semana, na medida em que está ainda em fase final a análise estatística”, explicou.
O estudo contou com cerca de 2300 participantes e o objectivo foi “estimar a extensão da infecção na população portuguesa”, acrescentou.