Ex-governador de São Paulo acusado de corrupção
Geraldo Alckmin é acusado pelo Ministério Público estadual de ter recebido dez milhões de reais para financiar duas campanhas eleitorais.
O ex-governador do estado brasileiro de São Paulo, Geraldo Alckmin, foi esta quinta-feira formalmente acusado por três crimes pelo Ministério Público estadual, alegadamente por ter recebido dinheiro da construtora Odebrecht para financiar campanhas eleitorais.
O Ministério Público de São Paulo acusa Alckmin de corrupção passiva, falsidade ideológica eleitoral e lavagem de dinheiro. Em causa está o pagamento de dez milhões de reais (1,7 milhões de euros) pela Odebrecht durante as campanhas de Alckmin ao governo de São Paulo em 2010 e em 2014.
Alckmin pertence ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e governou o estado mais populoso do Brasil entre 2001 e 2006 e 2011 e 2018, quando entrou na corrida à presidência da República. Acabou por ficar em quarto lugar, com menos de 5% dos votos, protagonizando aquele que foi o pior resultado de sempre de um candidato do PSDB.
As doações provenientes da Odebrecht investigadas pelo Ministério Público não estavam indicadas no registo das contas da campanha de Alckmin. Por ter participado no consórcio responsável por obras numa das linhas do metro de São Paulo, a construtora não podia fazer financiar campanhas, diz o site G1.
Os procuradores estão convictos de que os pagamentos feitos pela construtora a Alckmin eram uma forma de a construtora manter influência junto do governo estadual, que continua a ser dirigido pelo PSDB.
O ex-governador não se pronunciou sobre a acusação, mas o directório estadual do PSDB emitiu uma nota em que sublinha a “confiança na idoneidade” de Alckmin.