Grupo PSA compra startup portuguesa de reciclagem de peças de automóveis

O grupo francês adquiriu também a plataforma de comércio electrónico da empresa portuguesa. Negócio vai contribuir para a redução da pegada ambiental, considera a PSA.

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Grupo PSA tem o gestor Carlos Tavares como presidente executivo Reuters/Christian Hartmann

O grupo automóvel francês PSA anunciou esta quinta-feira que comprou a empresa Amanhã Global, uma startup com sede no Porto que se dedica à reciclagem de peças de automóveis, sem revelar o montante investido.

“A PSA Aftermarket adquiriu a empresa portuguesa Amanhã Global e a sua plataforma de e-commerce (comércio electrónico) B-Parts.com, adquirindo uma participação maioritária no capital da empresa”, informou o grupo, que tem um centro de produção em Mangualde, no distrito de Viseu.

Na mesma nota citada pela Lusa, a PSA refere que a startup de capital português Amanhã Global “é um operador de primeiro plano na economia circular e a sua plataforma B-Parts é líder europeia em peças usadas para automóveis”.

A direcção portuguesa da Amanhã Global vai manter “integralmente” as suas funções, acrescenta.

Esta aquisição visa completar a estratégia da empresa francesa relativamente à economia circular e ao objectivo de triplicar o volume de negócios até 2023, esclarece.

“Esta aquisição completa o dispositivo existente na PSA Aftermarket na área de reutilização de peças (Reuse), que constitui um dos três pilares da economia circular juntamente com a reparação (Repair) e a reconstrução (Reman), os “3R” desta economia em pleno desenvolvimento”, refere o comunicado.

Por sua vez, a compra da B-Parts insere-se na estratégia de alteração do modelo de negócios da PSA Aftermarket, que quer estar apta a fornecer peças de reposição para automóveis “para todos os orçamentos, em mercados de todo o mundo”, defende o grupo francês liderado pelo gestor português Carlos Tavares.

O grupo francês considera também que este negócio vai contribuir para a redução da pegada ambiental, uma vez que as peças reutilizáveis resultam num ganho de 100% em matéria-prima comparativamente à fabricação de peças novas.

“Este investimento permite-nos entrar no coração da cadeia de valor das peças reutilizáveis, que constituem um dos três pilares da oferta da economia circular”, afirma, em comunicado, o vice-presidente sénior da PSA Aftermarket, Christophe Musy.

Já os directores gerais da Amanhã Global, Manuel Araújo Monteiro e Luís Sousa Vieira, consideram que esta aquisição por parte da PSA é um acordo “altamente benéfico” para as partes, uma vez que a “PSA passa a ser o primeiro construtor a tomar uma posição no mercado de peças usadas, e a B-Parts ganha uma oportunidade única para aceder à vasta rede de clientes da PSA”.

Em 15 de Julho, a PSA informou, através de um comunicado, que o nome corporativo resultante da fusão da PSA com o grupo italiano-norte-americano Fiat Chrysler Automobiles (FCA) será Stellantis.

“À medida que avançam para a conclusão da sua fusão 50:50, conforme definido no Acordo de Combinação”, anunciado em 18 de Dezembro de 2019, a PSA e a FCA informaram que “o nome corporativo do novo grupo será Stellantis”. A nota sublinhava que esta designação será utilizada “exclusivamente para se referir” ao novo grupo, “como uma marca corporativa”.

A “conclusão do projecto de fusão” entre o grupo francês PSA, fabricante da Peugeot, Citroën e Opel, e o grupo Fiat Chrysler Automobiles “é esperada para o primeiro trimestre de 2021, sujeita às habituais condições de fecho de negociações, incluindo a aprovação pelos accionistas de ambas as empresas, nas respectivas assembleias gerais extraordinárias”.

Em 31 de Outubro, o FCA e o PSA anunciaram que se iam fundir em partes iguais e tornar-se no quarto maior fabricante de automóveis do mundo, com sinergias estimadas em 3,7 mil milhões de euros por ano. O futuro novo grupo automóvel também terá vendas estimadas em 8,7 milhões de unidades (9,5% do total global) e uma capitalização de cerca de 45.000 milhões de euros.