Covid-19. Portugal há quase dois meses com 320 infecções por dia

Desde dia 1 de Junho, são detectados em média 320 novos casos em Portugal. Em Maio, eram 250. Os últimos dias contrariaram a tendência crescente que se verificou no início de Julho: esta quarta-feira foi o quarto dia consecutivo em que foram identificadas menos de 300 novas infecções.

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Esta quarta-feira há 59 doentes nos cuidados intensivos, o número mais baixo desde 9 de Junho Manuel Roberto

Portugal registou esta quarta-feira mais 252 casos nas últimas 24 horas, o que corresponde a uma taxa de crescimento de 0,52%, e mais cinco mortes, um aumento de 0,29%. Desde o início do surto, já foram detectados 49.150 casos de infecção e morreram 1702 pessoas.

Com dois terços do mês de Julho já ultrapassados, a média de novos casos diários é consistente com os valores de Junho: desde 1 de Julho, são notificados cerca de 317 novos casos por dia, pouco abaixo dos 322 casos diários identificados no mês anterior. A média deste mês até esta quarta-feira, 22 de Julho, é até ligeiramente mais alta que a dos primeiros 22 dias de Junho, em que foram detectadas 313 infecções a cada 24 horas. Desde início de Junho até agora, a média assenta nos 320 novos casos por dia​, um aumento significativo face a Maio: no mês em que começou o desconfinamento, foram registados 252 casos por dia em Portugal.

Este mês até começou com um aumento do número de novos casos na primeira semana e que continuou na segunda: até 15 de Julho, estavam a ser identificadas 350 infecções por dia. A descida para a média verificada agora deve-se aos registos dos últimos quatro dias. Esta quarta-feira marca o quarto dia consecutivo em que o boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS) dá conta de menos de 300 novos casos diários: 246 no domingo, 135 na segunda-feira, 127 ontem e 252 esta quarta-feira.

Tal não acontecia desde o início de Junho: de 30 de Maio a 2 de Junho foram detectados 257 (30 de Maio), 297 (31 de Maio), 200 (1 de Junho) e 195 (2 de Junho). O somatório dos últimos quatro dias é, no entanto, bem inferior: desde domingo, 19 de Julho, há registo de 508 novos casos; de 30 de Maio a 2 de Junho foram identificadas 949 infecções.

Há 13.449 casos activos e menos pessoas internadas nos cuidados intensivos 

Os números, divulgados esta quarta-feira no boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS), dão conta mais 230 pessoas recuperadas, aumentando o total de recuperações para 33.999. Excluindo estes casos e os óbitos, há 13.449 casos activos em Portugal, mais 17 do que no dia anterior.

Há 439 pessoas internadas, das quais 59 estão nos cuidados intensivos (menos três do que na terça-feira). É o número mais baixo de doentes em unidades de cuidados intensivos desde 9 de Junho (na altura estavam 65 pessoas internadas nestas unidades).

A taxa de letalidade global é de 3,5%, subindo para 16,1% em casos acima dos 70 anos, o grupo etário de cerca de 86% das vítimas mortais. Nas ultimas 24 horas, morreram quatro pessoas com 80 ou mais anos (três homens e uma mulher) e um homem entre os 60 e os 69 anos.

Dos novos casos, 215 são na região de Lisboa e Vale do Tejo, cerca de 85%. A região tem o maior número acumulado de casos desde o início do surto em Portugal (24.685) e o segundo maior número de mortes (574, quatro nas últimas 24 horas). A região com mais óbitos a lamentar é a Norte, com 827 mortes em 18.390 casos de infecção (18 desde o dia anterior).

Nas últimas 24 horas, a região Centro contabilizou 12 casos e uma morte (total de 4379 casos e 252 mortes), o Algarve detectou mais quatro infectados (total 796 casos e 15 óbitos) e o Alentejo somou mais três (total de 636 casos e 19 mortes). Os Açores e a Madeira não apresentaram qualquer novo caso ou vítima mortal, de acordo com o relatório desta quarta-feira.

Passageiros que entraram em Portugal sem testes são casos “residuais”

Na conferência de imprensa desta quarta-feira sobre a evolução da pandemia em Portugal, a secretária de Estado Adjunta e da Saúde foi questionada sobre a chegada a Portugal, através do aeroporto de Lisboa, de passageiros vindos de Moçambique e de Angola sem terem realizado testes à covid-19.

Jamila Madeira garantiu que estas situações “foram absolutamente residuais” e que o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras identificou os cidadãos “para posterior contacto pelas autoridades de Saúde”. “Estes cidadãos preencheram o cartão de passageiro, que nos dá a informação necessária”, acrescentou a secretária de Estado.

Eventuais sequelas têm sido acompanhadas pelos médicos

O subdirector-geral da Saúde, Diogo Cruz, referiu na conferência de imprensa que as eventuais sequelas da covid-19 nos doentes infectados têm sido acompanhadas pelos médicos. “Têm-nos sido reportadas algumas sequelas. Não sabemos a dimensão da sua duração”, disse.

“Aquilo que nos parece neste momento é que as sequelas acontecem num número reduzido de pessoas. Temos de esperar algum tempo, não nos podemos esquecer que esta pandemia começou em Março em Portugal”, salientou Diogo Cruz.

Quanto à reabertura dos centros de dia, o subdirector-geral da Saúde apontou que essa decisão “compete ao Ministério do Trabalho”, com quem a autoridade de Saúde tem “articulado uma orientação”.

“Estaremos disponíveis para continuar a ajudar na abertura. Percebo que os centros de dia implicam um grupo de pessoas de risco para a covid-19”, acrescentou Diogo Cruz.

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