O impossível regresso

Uma impressionante estreia na longa-metragem para o actor Gonçalo Waddington, na qual o controlo formal clínico e entomológico acaba por afogar uma narrativa inteligentemente construída.

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Pelo meio desse cuidado narrativo e formal, Patrick tomba numa secura cortante e estéril
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Duas palavras para definir a primeira longa de Gonçalo Waddington, actor, encenador, dramaturgo, argumentista. Primeira: impressionante — pela maturidade com que pega num tópico problemático e o vira do avesso, trabalhando-o por um ângulo inesperado, e pela precisão com que constrói pacientemente o seu filme, com um controlo formal absolutamente impecável. Segunda: laboratorial — pelo modo clínico, distante, seco, quase entomológico, como coloca as suas personagens num labirinto, quais cobaias experimentais, e fica ali a assistir com muita paciência ao que dali vai sair.

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