Nova vida da TAP vai passar por duas consultoras e um banco de investimento
A mando da TAP, actualmente em gestão corrente, serão escolhidos uma consultora de recursos humanos, que irá avaliar internamente os trabalhadores, e um banco de investimento, necessários à reestruturação. A mando do Governo fica a consultora que irá escolher o sucessor de Antonoaldo Neves
A TAP vai contratar uma consultora de recursos humanos para fazer a avaliação dos gestores da empresa, para “apoiar” o processo de reestruturação, adiantou hoje o ministro das Infraestruturas.
“Haverá outra empresa de ‘head hunting’ [consultora de recursos humanos], que não é contratada por nós, para fazer a avaliação das primeiras linhas da TAP, das segundas linhas, dos quadros da TAP, para percebermos quem são, que valências têm, que experiência têm, que competências têm”, disse aos jornalistas o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, à saída de uma audição na Assembleia da República.
O objectivo, esclareceu o governante, é o de conhecer a empresa, as pessoas e até as competências que já nela existem.
O ministro explicou ainda que é a própria TAP que está a fazer o processo de escolha da empresa consultora, bem como do banco de investimento.
Cabe ao Governo fazer a escolha da empresa que terá como função seleccionar o novo presidente executivo (CEO) da TAP, que vai suceder a Antonoaldo Neves na liderança do grupo. A saída do até agora presidente executivo da TAP foi anunciada a 3 de Julho, no dia em que o Governo avançou com a solução de saída do accionista David Neeleman do capital da companhia aérea portuguesa.
Questionado sobre se o futuro CEO da transportadora aérea poderá ser alguém que já pertence aos quadros da companhia, Pedro Nuno Santos não quis comentar.
O Conselho de Ministros aprovou na sexta-feira a concessão de um empréstimo de até 1.200 milhões de euros à TAP, em conformidade com a decisão da Comissão Europeia.
“O Conselho de Ministros aprovou hoje, por via electrónica, a concessão de um empréstimo à Transportes Aéreos Portugueses, S.A. (TAP), no montante máximo de 1.200 milhões de euros, em conformidade com a decisão da Comissão Europeia […] de 10 de unho de 2020, bem como as minutas dos respetivos contratos de financiamento e acordo complementar”, indicou, em comunicado, o Governo.
Além do empréstimo remunerado a favor do Grupo TAP de 946 milhões, ao qual poderão acrescer 254 milhões, sem que, contudo, o Estado se encontre vinculado à sua disponibilização, as negociações tinham em vista a aquisição, por parte do Estado Português, “de participações sociais, de direitos económicos e de uma parte das prestações acessórias da actual accionista da TAP SGPS, Atlantic Gateway, SGPS, Lda.”.
Desta forma, o Estado passa a deter uma participação social total de 72,5% e os correspondentes direitos económicos na TAP SGPS, pelo montante de 55 milhões de euros, referiu.
Com esta operação, estabelece-se “a transmissão de participações sociais representativas de 22,5% do capital social e dos direitos de voto na TAP SGPS, passando o Estado a deter uma participação social total de 72,5%, e os correspondentes direitos económicos, pelo montante de 55 milhões de euros”.